62. Capítulo 20 - Intenções no Ar - 1ª parte

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Capítulo 20 – Intenções no Ar – 1ª parte


Living Rooms de Revis


Intenções no Ar


Echo


Revirei-me na cama, mas sequer conseguia abrir os olhos com o objetivo de olhar para o outro lado da tenda. Ao ver que Genevieve ainda continuava a dormir profundamente, retirei-me dos cobertores, coloquei minhas botas e o casaco o mais silenciosamente que pude.

Praticamente na ponta dos pés, saí da barraca e fui até a fogueira. Ainda era cedo, no entanto o dia já estava tão claro, e o sol ainda nascente brilhava através das quebras das árvores, aquecendo-me sempre que eu passava por uma delas.

Apesar do calor, ainda peguei alguns troncos frescos da lixeira de plástico perto da fogueira e, depois de jogá-los, usei um fósforo para acender os gravetos que tirei da mesma lixeira. Demorou alguns minutos para que o fogo começasse a surgir, mas uma vez que havia algumas chamas de tamanho decente eu me aproximei dele. O calor me fez querer voltar a dormir, mas a última coisa que eu queria fazer era retornar para a tenda.

Terminei de coletar ervas depois que Genevieve me deixou na floresta ontem, porém o tempo todo eu estava apenas a tentar compreender o que significava o fato de ela ter me beijado de volta, ou de ter levado aquilo ainda mais longe. Claro que eu queria que significasse alguma coisa, mas eu estava quase certa de que não significava nada. Quando retornei para a barraca à noite passada, ela me disse que isso não aconteceria novamente, e soou culpada, como se talvez pensasse que tivesse magoado meus sentimentos.

Eu não estava chateada com o sexo. Eu ainda me sentia furiosa por ela quase ter me deixado ser mordida, embora principalmente minha raiva tivesse sido transformada em mágoa. Mas eu não estava prestes a dizer isso a ela. Parte de mim pensou que poderia usar qualquer culpa que ela sentisse para descobrir quais eram seus motivos. E até que eu pudesse descobrir por que ela me beijou de volta, eu não seria a primeira a trazer o assunto à tona.

Depois de um minuto sentada ali, ficando cada vez mais aliviada pelo calor, cruzei os braços sobre os joelhos e me inclinei para apoiar a cabeça neles. Foi apenas alguns minutos mais tarde quando Blake se sentou ao meu lado. — Bom dia.

Levantei-me para dar-lhe um sorriso amigável. — Ei. — Eu tinha me inclinado para trás para conversar com ele, se ele quisesse.

Eu ia deixá-lo falar primeiro depois da minha saudação, já que geralmente ele demorava um pouco para começar a conversar quando acordava. No entanto, mesmo parecendo bem desperto e alerta ele não havia dito nada, e seus olhos continuavam a se inclinar em minha direção e depois olhavam para qualquer outro lugar.

Demorei um pouco para descobrir o porquê, e então meu rosto ficou vermelho. — O que ela disse a você? — Perguntei através de um gemido, sabedora de que Genevieve tinha falado algo sobre ontem.

Blake olhou para mim novamente, seu olhar permaneceu em mim mais do que o tempo todo em que se sentou, e ele deu uma risadinha. — O suficiente para que eu nunca mais possa olhar para nenhuma de vocês da mesma forma.

— Sério? — Eu gemi incrédula, enterrando meu rosto nas mãos.

— Vamos ouvi-la, então — disse ele, aparentemente sem se comover com meu constrangimento. Quando levantei uma sobrancelha para ele, ele esclareceu: — Conte-me sua versão da história.

— Que versão? — Perguntei sarcasticamente. Não havia muito para contar. — Eu a beijei. Não tenho um histórico positivo para tomar as melhores decisões.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora