125. Capítulo 41 - Você Fez Essa Cama - 1ª parte

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Capítulo 41 – Você fez essa cama – 1ª parte


Bones, de Little Big Town


Você Fez Essa Cama


Echo


— Quem nós estamos perdendo? — Genevieve questionou, ao andar a alguns metros da mesa em que eu estava sentada.

Blake estava acomodado em uma cadeira do lado oposto e, diante do questionamento dela, puxou o pedaço de papel para ver a lista de nomes de soldados. Ela reorganizava os pelotões por causa de todas as pessoas que nós havíamos perdido, no entanto ambos juravam que havia uma pessoa de quem eles haviam se esquecido.

— Basta chamar um dos rapazes aqui e perguntar — eu sugeri.

Genevieve andou de volta para a mesa até ficar bem ao meu lado, com o ombro colado ao meu como vinha a acontecer ultimamente, apesar de estarmos em direções opostas, e colocou as mãos na superfície com a finalidade de se inclinar para a frente. — Não, não. — Ou ela não queria pedir ajuda para algo tão simples, ou não queria admitir para ninguém que havia se esquecido do nome de um soldado. — Nós vamos dar um jeito de descobrir.

Mudei de posição e me inclinei para o lado, puxando o papel de volta para que ficasse na frente de Genevieve e de mim. — Aquele cara hispânico.

As sobrancelhas de Blake se franziram. — Garcia?

— Não — eu suspirei, ao apontar para um nome na lista. — Temos o Garcia aqui. Esse cara é mais alto. Mais velho. É muito reservado, só o vi algumas vezes. — Apertei os olhos, em uma tentativa de pensar em qualquer outra coisa que eu pudesse reconhecer nele. — Ah, a bandeira cubana tatuada em seu antebraço.

Permanecemos todos em silêncio por alguns instantes, pensando. Então Genevieve bateu com a mão na mesa. — Soto. — Ela pegou o lápis para rabiscar o nome dele em um dos dois pelotões compilados. Depois de anotar o nome, ela se endireitou um pouco e olhou para mim. — Obrigada.

Dei de ombros de maneira indiferente, entretanto não tão despreocupada foi quando meus olhos se voltaram para os lábios dela. Sua proximidade comigo estava longe de ser casual, mas ainda mais encorajador foi o fato de ela ter notado a desviada do meu olhar e não parecer incomodada. Ela agia de forma tão diferente nos últimos dias. Na maioria das vezes, eu me preocupava que seu temperamento não tivesse mudado o suficiente para que eu fosse ousada demais, ou que um único deslize a fizesse voltar a agir mal. Porém, durante momentos como esse, quando seus olhos castanhos se fixavam nos meus e ela não se esquivava, era quase tentador o suficiente para agir. Parecia apenas um momento, entretanto nós duas ficamos nos encarando por tempo suficiente para que Blake limpasse a garganta.

Genevieve estremeceu e passou o papel de volta para ele, enquanto ele ria da reação dela. — Você vai se certificar de que todos recebam suas novas atribuições? — Perguntou ela, ao que ele assentiu. Ela pegou um pedaço de papel em branco de seu pequeno bloco de notas. — Em seguida, os horários das patrulhas.

Suspirei instantaneamente – aquela primeira lista tinha apenas trinta nomes sem nós três, e levamos mais de uma hora para montá-la. Se ser comandante se tratava disso, era uma droga. Levantei minha mão no ar. — Eu me ofereço para sermos todos despreocupados. — Blake deu uma risadinha e Genevieve olhou para cima, lançando-me um olhar sem convicção por entre os cílios.

— Deveríamos fazer isso semanalmente? — disse ela, ignorando meu comentário entediado.

— O primeiro pelotão de plantão em serviço em uma semana, o segundo pelotão na seguinte? — Esclareceu Blake. Genevieve assentiu com a cabeça. — Isso é bom. Devemos ter quatro homens nos portões o tempo todo.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora