170. Capítulo 57 - Grito de Guerra - 1ª parte

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Capítulo 57 – Grito de guerra – 1ª parte


Seven Devils, de Florence + The Machine


Grito de guerra


Dugan


Kara e eu estávamos agachados atrás de um tronco caído em frente ao portão da base militar, onde havíamos nos separado de Mal há algumas horas. Nós a vimos caminhar até aqueles portões, ansiosos com a possibilidade de que ela fosse feita prisioneira. Nós a vimos ser aceita por eles, observamos uma tensa troca com Jed e depois vimos Jed e seus três veículos irem embora. Agora nós estávamos a esperar para ver o que aconteceria em seguida, pois Mal havia desaparecido com algumas pessoas em um prédio próximo. Demorou um pouco, no entanto, por fim, todos reapareceram, e um grupo de cinco pessoas – incluindo Mal –, estava a ir diretamente para o portão.

— Aquele é o Wolf! — Kara apontou para o grupo que deixava os portões, quase saindo de trás do tronco em sua empolgação.

Eu agarrei seu braço e a puxei de volta para baixo. — Ainda não.

Nós não sabíamos ao certo para onde eles iam nem por quê. Eles nem se mostravam felizes com o fato de Jed e seus invasores terem acabado de deixar a base, o que parecia ser algo digno de comemoração. Pelo que sabíamos Mal tinha sido aceita, porém ainda não tinha achado conveniente contar a eles sobre Kara e sobre mim, porque não confiava neles. Tínhamos que jogar por nossa segurança. O grupo começou a entrar na floresta na direção oposta à de Kara e de mim, então fiz sinal para que ela me seguisse. Mantendo-nos abaixados no chão para não sermos vistos, nós nos escondemos atrás das árvores, seguindo os soldados e Mal a uma distância suficiente para que nem mesmo o Wolf pudesse nos detectar. Não demorou muito, contudo, para que o grupo parasse.

Fiz sinal para que Kara se agachasse e ela fez o mesmo enquanto nós esperávamos que eles voltassem a se mover. Estávamos muito distantes para ouvir qualquer coisa que fosse dita, mas uma das mulheres amarrou uma corda na coleira de Wolf, entregou-a para Mal e, em seguida, partiu em outra direção com um dos outros.

Os únicos que restaram foram Mal, outra mulher e um garoto que não parecia ser muito mais velho do que Kara. Quando o número de pessoas diminuiu, a menina me lançou um olhar questionador, me indagando se nós podíamos ou não nos revelar agora. Estudei os três restantes. Mal estava com seu arco de volta, mas os outros dois estavam armados com rifles de assalto. Todos pareciam tensos e, enquanto o garoto olhava para as duas mulheres que tinham acabado de sair, a outra garota examinava a floresta com uma desconfiança ansiosa.

Antes que eu pudesse decidir se deveria ou não sair do nosso esconderijo, a mulher deu um tapinha no braço do garoto e eles começaram a andar com Mal e com Wolf. Quanto mais o grupo parecia não se preocupar com a presença de Mal, mais confortável eu ficava com a ideia de sair do esconderijo. Assim, aceleramos um pouco o passo, diminuindo lentamente a distância entre eles e nós. Por fim, chegamos perto o suficiente para que Wolf reconhecesse que nós estávamos ali e parou, soltando um rosnado estrondoso em nossa direção. Imediatamente me abaixei atrás de um arbusto, preocupado com a possibilidade de os soldados atirarem primeiro e perguntarem depois, pois eles pareciam muito tensos. Os dois se viraram com os rifles erguidos, e até Mal colocou uma flecha em seu arco.

— Quem está aí? — Perguntou a outra mulher.

Respirei fundo, nervoso, embora soubesse que Mal estava do nosso lado. — Mal — eu disse — somos nós.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora