50. Capítulo 15 - Tudo Bem - 1ª parte

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Capítulo 15 – Tudo bem – 1ª parte


Revolution de The Beatles


Tudo Bem


Dugan


— Armas? — Questionei, olhando por cima do meu fuzil para ter certeza de que o carregador estava cheio.

— Conferido — respondeu Kara, fazendo o mesmo com sua espingarda.

— Mochilas? — Ajustei as alças da que eu tinha sobre meus próprios ombros.

— Conferido.

— E comida... — Eu disse, e tanto Kara quanto eu olhamos para a sacola de lona que havíamos buscado especificamente para a comida, dessa forma poderíamos carregar o máximo possível. Havia mais comida no porão do que cabia na sacola, e poderíamos ter ficado no porão até que tudo que tinha lá tivesse acabado. Era a única garantia de uma refeição segura por um longo período de tempo. Mas nosso objetivo final era encontrar aquele acampamento na floresta, se ele realmente existisse. A comida aqui no porão era uma coisa certa, entretanto não era a longo prazo. Teríamos que sair eventualmente, e nós dois estávamos impacientes para continuar nossa jornada. Além disso, o tempo que passamos aqui a nos empanturrar foi mais do que suficiente para recuperar nossas forças. Nós estávamos revigorados e prontos.

— Conferido — confirmou Kara, olhando para mim para ver o que vinha a seguir.

Joguei a sacola de lona sobre minha mochila, colocando a alça horizontalmente em meu peito para que eu pudesse apertá-la o máximo possível. Era um pouco desconfortável, mas essa posição era mais estável se nós precisássemos correr do que tê-la pendurada ao meu lado. Além disso, com todas as latas dentro dela, era muito pesada para carregar em um ombro o tempo todo.

— Vamos fazer isso — eu disse, tirando minha faca enquanto Kara segurava seu machado a postos.

Com isso, abrimos as portas do porão, posicionando-nos na entrada por um minuto para garantir que nenhum Feral viesse correndo em nossa direção.

Ao descobrirmos que o caminho estava livre, começamos nossa retirada para fora da cidade, mantendo-nos às sombras até chegarmos à rodovia, e depois nos abaixamos atrás de carro após carro para evitarmos ser detectados.

Para atravessar o país, nós tínhamos duas opções: pegar a Interestadual Quarenta ou usar rodovias menores, menos diretas. Como a Quarenta era uma Interestadual popular, achei melhor pegarmos estradas menos frequentadas, dessa forma não haveria tantos carros com os quais nos preocuparíamos.

Finalmente chegamos à primeira das pequenas rodovias em que nós viajaríamos pelo país, e fiquei satisfeito em descobrir que nossos cálculos estavam corretos. Não havia um automóvel à vista por quilômetros. Caminhamos no meio da estrada em silêncio por um tempo antes que eu olhasse para cima. Quase parei de andar apenas para poder apreciar o brilho do céu salpicado de estrelas acima de nós.

— O que você está fazendo? — Kara questionou quando meu olhar para cima havia feito meu ritmo diminuir.

— Olhando para as estrelas — eu disse a ela, e depois voltei a olhar para a frente para manter o nosso ritmo. — Eu só pensava em como não conseguíamos ver nenhuma delas onde eu morava. Antes do surto.

— Onde era isso? — Ela parou de andar e inclinou a cabeça para cima para absorver a informação.

— Los Angeles — eu respondi.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora