Capítulo 44 – Enquanto você decide – 3ª parte
Echo
— Aqui é Genevieve — comentou ela pelo rádio. — Vá em frente, patrulha.
— Senhora — respondeu a voz — temos um prédio pegando fogo. Câmbio.
Seus olhos se voltaram para mim em pânico instantâneo. — Onde? — Ela perguntou freneticamente.
Eu já pegava meus pertences e, quando a voz lhe disse o local, nós duas saímos a correr pela porta. Poderíamos ter visto o local sem que a patrulha nos dissesse onde, pois quando chegamos lá fora havia uma coluna de fumaça preta a se espalhar pelo ar. Não demorou muito para nós corrermos até lá e, naquele momento, uma multidão se reunia. Alguns deles eram civis ou soldados que haviam corrido com galões de água e tentavam jogá-los no fogo. Outros permaneciam parados, assistiam impotentes.
Na verdade, era apenas um pequeno galpão de madeira nos arredores da base que estava a queimar, e os prédios ao redor eram em sua maioria de tijolos, mas os galões eram impotentes contra as chamas.
— McMahan, Powers, Morgan — Genevieve começou a dar instruções. — Façam um perímetro seguro, tragam as pessoas de volta. Tripton, preciso que você engate os tanques de água em um veículo e traga-os para cá com a bomba de água do rio.
Enquanto todos se dispersavam, Genevieve correu em direção ao fogo e passou por ele até o prédio mais próximo, o único que não era feito de tijolos. As chamas estavam a bater na lateral, já transformando-a em um preto carbonizado, e em um minuto a mais ela começaria a queimar.
Genevieve procurou freneticamente por uma solução e depois correu para uma grande lixeira de metal próxima. Ela jogou suas mãos contra ela, empurrando-a em direção ao prédio, no entanto era muito pesada.
Então, corri para o lado dela, empurrando meu ombro contra a lixeira enquanto a deslocávamos juntas. Nós a empurramos em direção ao prédio, colocando-a entre a parede carbonizada e as chamas para bloqueá-las. Essa proximidade com o fogo já se tornava muito incômoda e quente, e o metal da lixeira já aquecia o suficiente para começar a queimar contra o meu ombro. Eu me afastei, não querendo outro ferimento como o que eu tinha feito na cabana, mas Genevieve deixou as mãos contra a lateral, ainda a empurrar para tentar alinhar perfeitamente.
— Está bom o suficiente! — Eu gritei para ela por cima do barulho do fogo e, quando ela não me ouviu de imediato, eu a agarrei pelo braço e a arrastei para longe.
A uma distância segura, peguei suas mãos nas minhas para ter certeza de que ela não as havia queimado, e ela as retirou instantaneamente, dizendo-me com segurança: — Estou bem.
Até que Tripton regressasse com mais água, não havia nada que nós pudéssemos fazer a não ser observar a estrutura queimar. Mesmo em plena luz do dia, estava muito claro para se olhar de modo fixo e, enquanto esperávamos, procurei o que poderia ter iniciado o incêndio.
O tempo não estava seco, não havia tempestades com raios, vazamentos de gás ou incêndios acidentais com velas. Enquanto eu procurava, meu olhar recaiu sobre um carro velho estacionado na rua próxima.
Ele só chamou minha atenção por causa de algo preso no capô, balançando com a leve brisa. Caminhei até lá e, quando o alcancei, fechei meus dedos em torno da haste de uma flecha presa no metal. Foram necessários alguns puxões fortes para retirá-la e, quando consegui, Genevieve já vinha em minha direção.
— O que é isso? — Ela perguntou.
Mostrei-lhe a flecha e, em seguida, estiquei a tira de pano presa em minhas mãos para ver o que estava escrito nela. 'Vá se foder', eu li, mostrando para ela.
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Caronte Atraca À Luz Do Dia
General FictionHISTÓRIA PARA PESSOAS COM 18 ANOS OU MAIS! Sinopse Seis anos se passaram desde que uma infecção transformou a maioria da população em criaturas ferozes e semelhantes a zumbis que caçam durante o dia, forçando os vivos a um estado noturno de existênc...