43. Capítulo 13 - Ar Estático - 1ª parte

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Capítulo 13 – Ar Estático – 1ª parte


Flecks de These Brittles Bones


Ar Estático


Genevieve


Flashback on – seis anos antes


— O que você conseguiu aí? — Perguntou o senhor Greely, movendo o feixe de sua lanterna em minha direção para que ele pudesse ver o que eu segurava.

No último mês, desde o surto, estávamos lentamente trabalhando para nos aproximarmos dos limites de Rochester. Nosso objetivo era seguir o Lago Ontário até Forte Drum, onde o senhor Greely esperava que alguns de seus antigos companheiros do exército ou que pelo menos alguns militares ainda estivessem vivos. Sobraram oito de nós em nosso pequeno grupo – o senhor Greely e eu, outros quatro homens de idades diferentes, uma mulher e outra menina alguns anos mais velha do que eu.

Nesse momento, nós estávamos a vasculhar uma antiga mercearia, procurando em prateleiras que já haviam sido limpas por outros sobreviventes. Imediatamente após o surto, alimentos e armas foram estocados por qualquer um que pudesse colocar as mãos em alguns desses itens, e se você não fosse uma dessas pessoas, estava praticamente sem sorte agora.

Segurei a caixinha de bolos para que o senhor Greely pudesse vê-la. A única razão pela qual pude ver que ainda não tinha sido contabilizada era porque tinha caído entre duas das prateleiras, fora de vista, a menos que se olhasse propositalmente para lá. O senhor Greely me deu um sorriso de aprovação e um tapinha nas minhas costas, e depois continuou a passar por mim para seguir à procura de itens.

— Você vai compartilhar? — Perguntou uma voz grave e brincalhona por trás de mim.

O garoto loiro e alto era bem novo. Seu nome era Blake. Só o tínhamos encontrado há poucos dias, no entanto ele era tão carismático e descontraído que era difícil para mim não gostar dele. Mesmo que eu já o considerasse um amigo, com a perda do meu pai e do meu irmão tão recentes, foi difícil deixar transparecer.

— Todo mundo compartilha tudo — eu respondi sem rodeios enquanto colocava a caixa na mochila.

Não importa que tipo de respostas tristonhas eu tivesse para suas perguntas nos últimos dias, ele continuou a tentar me atrair. — Você gosta mais do chocolate ou da baunilha? — Perguntou, mas antes que eu pudesse responder, ele falou de novo. — Espere, não me diga. — Ele juntou as mãos e pensativamente pressionou os dedos indicadores em seus lábios. — Você parece uma garota do chocolate.

Ele estava errado, entretanto parecia tão feliz e animado até mesmo em adivinhar que eu tinha que lhe dar algo. Então consegui esboçar um pequeno sorriso. — Baunilha — eu corrigi, e diante de sua decepção excessivamente dramatizada não pude deixar de rir. — Nunca gostei muito de chocolate. — Então, quando ele começou a me seguir até o próximo corredor vazio, questionei: — E você?

— Definitivamente chocolate — ele me disse. — Estou quase chocado com você.

— A maioria das pessoas está quando descobre isso — respondi, deixando-o ver meu sorriso divertido para que ele soubesse que eu não estava ofendida.

Quando nós descemos o pequeno corredor ao lado, a menina da minha idade olhou para Blake e para mim. Eu mal conseguia perceber porque estava tão escuro, mas eu podia dizer que ela estava olhando para nós curiosamente. Eu a vi tentar ficar amiga de Blake desde que nós o encontramos.

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora