51. Capítulo 15 - Tudo Bem - 2ª parte

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Capítulo 15 – Tudo bem – 2ª parte


Dugan


Quando voltei meu olhar para o acampamento, um dos cachorros enormes estava de pé no capô de um carro, com as orelhas apontadas diretamente para nós. As pessoas no acampamento haviam ficado em silêncio, e o ar ainda era calmo o suficiente para que eu pudesse ouvir o cachorro rosnar.

— O que você conseguiu descobrir lá, Rocky? — Um dos homens perguntou ao cachorro e, em resposta, ele rosnou em nossa direção. Que merda. O cão sabia que estávamos aqui. Antes que qualquer um de nós pudesse reagir, outro homem acendeu uma potente lanterna, e eu sabia que o feixe tinha nos evidenciado antes de nós nos abaixarmos atrás da cobertura do morro.

— Você aí! — Gritou uma voz masculina. — Vamos lá, saia. — Kara olhou para mim interrogativamente, e eu balancei a cabeça em negação. — Vou contar até três. — Ele esperou um momento para ver se a gente o obedeceria. — Um... — Eu esperava que eles pensassem que estavam vendo coisas e se esquecessem de nós. — Dois... — Ouvi o que soou como raspagem de pregos contra o metal, e quando o homem disse 'três', eu pude ouvir o rosnar do cachorro a subir do outro lado do nosso morro.

Kara e eu mal tivemos oportunidade de recuar antes que o cão viesse pulando sobre o pico. Ele saltou bem em cima de mim, e eu consegui agarrar o pelo de ambos os lados de seu pescoço antes que ele me desse uma mordida. Ao usar seu pelo para afastá-lo, toda a pele do cachorro estava sendo puxada para longe de seu rosto, e tudo que eu podia ver eram suas gengivas viscosas e as presas brancas a estalar a poucos centímetros de distância. Pelo canto do meu olho vi a menina pegar seu machado, e quando ela o atirou para o lado do cachorro, o animal soltou um grito ensurdecedor.

— Filho da puta! — Berrou um dos homens em resposta ao grito do canino, e o próximo conjunto de pregos contra o metal foi acompanhado por alguns baques, e eu sabia que todo o grupo estava pulando suas barreiras para começar a perseguição.

— Kara, corra — eu instruí, ao levantar-me do chão.

Nós dois corremos mais para o deserto, gritos de raiva soavam não muito atrás de nós. Ainda mais perto estavam os bufos e os rosnados do próximo cachorro, também atrás de nós. A areia macia sob nossos pés era uma desvantagem para todos, porém ainda mais debilitante era o grande e pesado saco de comida às minhas costas.

Isso fez com que cada um dos meus pés afundasse ainda mais na areia, e tornou a corrida quase impossível. Kara estava à minha frente, então quando o próximo cachorro chegou até nós, ele se lançou nas minhas costas.

— Continue a correr! — berrei quando perdi o equilíbrio, porque Kara tinha parado e estava prestes a recuar.

Eu caí para a frente, sentindo a sacola de comida passar por cima do meu ombro enquanto a fera a rasgava. Melhor a sacola do que a minha carne, e ao mesmo tempo que eu saía de baixo do saco eu puxei minha faca. Já de pé, bati-os nas costelas do cachorro distraído e, mesmo odiando fazê-lo, enfiei minha faca em seu peito para que ele não continuasse a nos perseguir.

Uma vez que matei o cachorro não tive tempo de pegar a comida, porque o primeiro homem estava a apenas vinte metros de distância. Larguei-a onde estava e comecei a correr na direção em que Kara tinha continuado, deixando os bandidos para trás.

— Continuem correndo, seus bastardos! — Gritou o homem, disparando um tiro em nossa direção. Pelo menos não parecia que ele ia continuar nos seguindo. — Vou esfolar você vivo pelo que você fez com meus cachorros!

Caronte Atraca À Luz Do DiaOnde histórias criam vida. Descubra agora