Capítulo 16 - Ilha paradisíaca

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Trouxe a garota para o meu barco, ele estava em melhores condições que o seu. Ela estava fraca demais, provavelmente está sofrendo de desidratação. Sua aparência também é lamentável, está usando um bonito vestido branco, porém ele está sujo e rasgado. Pode-se ver bem seus machucados.

— Não quero fazer isso, mas é a única coisa que posso fazer.

Ouço sua respiração, está pesada. Suspiro.

— Só vamos logo.

Rasgo a ponta do meu dedo indicador com minha presa, logo em seguida levo a sua boca e deixo duas gotas cair. O sangue dos vampiros têm efeito de cura em humanos, não sei explicar ao certo, mas não pode ser usado exageradamente, o humano pode se transformar em um híbrido entre as duas raças com o abuso.

— O-onde Alícia está? — Ela fala enquanto tosse.

Falando na terceira pessoa? Então esse tipo de pessoa realmente existe. Talvez seja por estar em outro mundo? Não, provavelmente culpa dos deuses otakus, essa é a única explicação que me vem à cabeça.

Ela abre os olhos e se vira para mim. Ao me ver ela tentar ir para trás, porém bate com as costas na borda do barco, que era muito pequeno.

— Que-Quem é você? — Ela está aterrorizada, fala quase chorando.

— Fique calma eu... — Tento falar, mas não consigo.

Ela coloca as mãos na cabeça e tampa os ouvidos, enquanto grita "Não, não, por favor, eu não fiz nada". Desse jeito não irei conseguir falar com ela. Ou pior, o barco pode acabar virando do jeito que ela está se balançando.

Me concentro, sinto minha visão ficar mais aguçada, seus batimentos estão acelerados, mas consigo ouvir cada um, como se o mundo estivesse ficado em câmera lenta. Essa é a junção dos meus sentidos de vampiro e o |Foco do caçador lv 2|.

|Controle mental (Pequeno)|. — Uso a habilidade pela primeira vez.

Quando o nível do controle mental está no máximo pode-se colocar alguém sob controle total, porém o meu ainda está muito fraco, neste estágio é algo parecido com hipnose. Vou pedir para a pessoa fazer algo, não pode ser algo que a prejudique, caso seja ela simplesmente não fará, também não pode ser nada muito complexo como múltiplas ordens.

Mas qual a melhor forma de utilizar? Talvez alguém a mandaria ficar quieta, mas como você para alguém desesperado ficar quieto? Pense, uma pessoa gritando por socorro porque alguém está te perseguindo, então alguém tenta tapar sua boca, para cessar assim seus gritos. Qualquer um iria resistir. O caso aqui é parecido, ela está com medo. O que eu tenho que fazer é simples, ela deve manter a calma. Manter a calma nos ajuda em momentos de tensão, provavelmente o cérebro reconhecerá como algo benéfico.

— Fique calma — falo devagar e pausadamente.

Palavras simples e diretas, assim a ordem será recebida com mais facilidade.

— Eu, eu.... — Sua respiração começa a ficar mais leve.

Espero mais um pouco, dessa forma ela irá conseguir se recuperar por completo.

— Me chamo Ioan, perdão por te trazer para esse barco — falo devagar, ainda tenho medo do controle falhar. — Te achei no meio do mar, você estava fraca e decidi te ajudar.

Tento parecer o mais natural possível para não assustá-la. Alícia parece está pensando no que tinha acontecido, após ouvir que a havia curado ela examina seu corpo. Locais onde tinham ferimentos superficiais agora estavam perfeitamente bem, alguns machucados mais profundos não estavam curados totalmente.

O Recomeço em um mundo de RPGOnde histórias criam vida. Descubra agora