Ao sair do portal chegamos ao mesmo local que vimos uma semana atrás. Em nossa frente um espaço que parecia não fazer parte do resto desta montanha, árvores e algumas plantas cresciam. Passa uma sensação parecida com a de viajantes tem quando vêm uma oásis no meio do deserto.
— Estamos fora novamente.
Olhando para trás podemos ver a grande árvore, assim como da primeira vez a visão é algo de deixar qualquer um de boca aberta. Como estávamos aos seus pés não podíamos ver sua real altura e quando nos afastamos ela irá ser escondida pela magia de ilusão. Isso é triste, me pergunto o quão magnífica é vê-la por completo.
Olho ao redor enquanto me concentro. Primeiro a audição, umas das vantagens de ser um vampiro é superar, em muitas vezes, a audição e humana. Segundo, tento absorver um pouco de magia natural, dessa forma minha percepção, que já é maior que a maioria das raças humanóides, aumentou diversas vezes, mas diferente da audição, não preciso me preocupar, na maior parte das vezes, em ser enganado por algum truque, como magias que escondem presença ou ocultem sons e cheiros. Apenas magias de alto nível ou natural pode enganar essa percepção.
— Não parece ter nada próximo a nós — falo.
As outras duas, na verdade apenas Bianca, parecem ficar mais aliviadas. Tudo parecia estar calmo, da mesma forma que estava quando chegamos e nos dias em que ficamos andando em círculo por causa de Kalil. É difícil pensar que tem um demônio fazendo experiências nesta montanha.
— Parece que tirei um peso dos ombros ao sair daquele lugar. — Bianca diz com um rosto ainda mais relaxado.
Parece que suas preocupações não eram ligadas a provável perseguição que poderia ocorrer depois de sairmos, mas conectadas com a pressão de ser uma humana no meio de tantas pixies, que odeiam sua raça. Entendo o que estava dizendo, aqueles olhares que pareciam persegui-las pode ser exaustivo.
— Ioan vai lutar contra o demônio agora? — Alícia pergunta?
— Não. — Olho ao redor.
Mesmo que pareça o local perfeito não me parece uma boa ideia ficar tão próximo da entrada.
— Primeiro temos que achar um local que vocês possam passar essa noite, então nosso tempo é curto — completo.
— Espera um pouco — pede Bianca. — Mas, porque você tem que lutar sozinho mesmo? Sei que fizeram o pedido só para você, mas não seria mais fácil apenas irmos nós três lutar? Além disso, mesmo que faça a missão sozinho, não conseguirá receber o fim do treinamento.
Também pensei nisso tudo. Com certeza seria mais fácil lutar com todos juntos, afinal, minha magia não pode ser comparada com a de Alícia, assim como, mesmo podendo me curar, minha cura não se compara com a de Bianca. Minha velocidade e força deixa nosso grupo equilibrado também, mas... Não estamos lutando contra algum monstro ou fera, onde podemos usar estratégias para vencer abusando da falta de racionalidade do inimigo.
A luta contra Gabriel me mostrou isso, mesmo que pudessem lutar contra os templários comuns, Bianca e Alícia não poderiam entrar em uma luta contra inimigos mais fortes que aqueles. O problema não é nem a força, afinal, um ataque não te acerta não irá lhe causar dano, porém quando o inimigo é muito superior em velocidade o problema é outro. Mesmo que você seja forte, como atingir esse inimigo? Como irá se defender de alguém que é várias vezes mais rápido que vocês dois? Talvez exista uma resposta para essa pergunta, mas ainda não a encontramos.
Depois de terminar de falar com elas, enquanto andávamos em busca de um abrigo.
— Entendo seu ponto, mas mesmo assim...
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O Recomeço em um mundo de RPG
FantasySofrer por causa do erro de outras pessoas, isso resume bem a vida de um jovem garoto, mas mesmo com tudo e todos conspirando contra ele conseguiu sobreviver. Quem iria imaginar que alguém que sobreviveu a praticamente tudo morreria de um jeito tão...