~Pov Ioan~
Todos os soldados estavam correndo pela cidade, cumprindo suas tarefas e fazendo suas rondas. Saio do quarto de hóspedes, que agora foi completamente dominado por nosso grupo e era usado por nosso grupo diariamente. A saída do quarto dava para um dos diversos corredores do castelo. Caminho pelo castelo. Hoje, mais do que qualquer outro dia, estava completamente vazio. As criadas, assim como os mordomos, foram evacuados com o restante dos residentes de Tot e estão agindo como coordenadores na masmorra.
Há poucos minutos, um grande poder mágico pôde ser sentido vindo de fora da cidade, da mesma direção onde a primeira tropa havia chegado. Desta vez, com uma forma completamente diferente. Mesmo estando em uma grande distância, ainda demonstravam claramente sua posição e agressividade, mesmo que pudéssemos fazer contramedidas para combatê-los. Estão nos mandando uma mensagem, irão atacar com todas suas forças.
Como que por instinto, caminho em direção à sacada em frente ao campo de treinamento. Local onde muitas vezes nos encontrávamos para ver a tropa e seus avanços durante o treinamento. Passando pelo quarto vejo sete pessoas, elas olhavam em direção ao campo de treinamento, em silêncio. Apenas uma pequena garota se vira, acenando em minha direção.
— Parece que dessa vez eles estão vindo com força total — falo. Olho para aquele grupo de pessoas. — Vocês estão prontos?
Todos se viram, olhando em minha direção. Estavam em ordem: Hideki, puxando aquela linha; Seiji, Montu, Sacmis, Maria, Bianca, Alícia. Após sentirmos o poder mágico todos parecem ter tido a mesma ideia. Apenas ficaram observando, aquele local que costumava estar cheio de vida, agora vazio.
— Esses dois meses foram muito divertidos — diz Maria. Ela olha para os dois lados, observando todos presentes naquele local, em seguida focando seu olhar em mim. — Preciso agradecer a todos vocês por esses dias. — A rainha se vira, andando para trás e ficando em frente a todos mais uma vez, formando algo como um semicírculo.
Todos nos viramos, focando na mulher que fazia uma reverência. Mesmo sendo a rainha de um pequeno país, que muitas vezes é confundido com um principado, abaixar a cabeça — ainda mais para subordinados —, era um ato de extremo significado e até mesmo considerado antiquado pela sua posição. Porém, mesmo sabendo disso, em nossa frente estava a rainha do país, abaixando sua cabeça.
— Antes de irmos ao combate, preciso agradecer a todos vocês. — Sua voz é baixa, mas ainda assim facilmente ouvida, em um tom normalmente imutável, mas que agora deixava escapar um pouco de suas emoções. — Por ficarem comigo todo esse tempo, mesmo depois de tudo o que aconteceu e em um momento de tamanha dificuldade.
Suas palavras faziam as pessoas ao redor tremerem um pouco. Todos naquele local tinham muito a agradecer a Maria, pois nos foi dada uma segunda oportunidade. Nosso grupo recebeu um lugar, mesmo sendo perseguidos pela igreja e sendo procurados por todo reino, correndo o risco de criar problemas entre as duas nações. Seiji e Hideki haviam saído de sua terra natal, um em busca de uma vida melhor, enquanto o outro fugia de uma provável vida miserável.
— Então, tudo que peço — continua — é que voltem com vida... — Todos olhamos com surpresa a essas palavras. Normalmente um rei diria para dar sua vida pela nação. — Fiquem vivo de qualquer forma! Mesmo que percam seus membros e precisem rastejar de volta, somos aqueles que lideram esse exército e não podemos cair antes de nossos subordinados. Ninguém aqui tem permissão para morrer antes de termos ganhado essa guerra!
Algumas lágrimas escorrem de seu rosto enquanto grita as suas últimas ordens. Foi a primeira vez que realmente havia "dado uma ordem" a mim. Parecia que sempre me tratava como um companheiro, ao invés de um subordinado. E pensar que sua primeira ordem seria apenas "fique vivo", fico feliz de ter ficado em Tot, lutar ao lado dessas pessoas parece o correto a se fazer em meu coração. Em uníssono, todos prestam continência.
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O Recomeço em um mundo de RPG
FantasySofrer por causa do erro de outras pessoas, isso resume bem a vida de um jovem garoto, mas mesmo com tudo e todos conspirando contra ele conseguiu sobreviver. Quem iria imaginar que alguém que sobreviveu a praticamente tudo morreria de um jeito tão...