Capítulo 61 - Primeiro encontro com os templários

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~Pov Alícia~

Alícia descia o morro, em que estava o acampamento, apesar de ser um caminho íngreme e de difícil acesso, para a maior parte das pessoas comuns, tornava-se algo simples quando se podia apenas usar magia de terra com quase nenhuma restrição. Um, dois, diversos degraus iam se formando exatamente no local em que iria pisar. Algo que pode dar medo na primeira vez, mas que com o passar do tempo se torna algo habitual.

— Você precisa se concentrar, criar uma âncora. — Pode ouvir o som de Ruby falando alto quando já estava mais próxima ao chão. — Alguma coisa, um forte pensamento que possa usar para manter sua consciência.

— Posso jurar... — Ioan responde com a voz pesada graças ao cansaço. — Que estou tentando.

Também podia se notar uma estranheza quando comparada com sua voz habitual, tornando-se parecido com o rugido de uma besta por alguns instantes.

— Tente mais, a âncora é diferente para cada um, pense em algo feliz ou em alguém que seja especial para você — diz Ruby.

Agora mais próxima Alícia pode notar a expressão da vampira, que acaba chamando sua atenção, principalmente quando junta a sua ênfase na parte de "alguém especial".

— Sim, acho que estou... — Sua voz se torna normal por um instante, mas logo transforma-se mais uma vez. — É muito difícil.

Ioan cai de joelhos em frente a Ruby. Seus músculos pareciam inchados, criando uma grande estranheza quando se lembra da habitual figura esbelta dele, podia-se ver suas veias saltadas por ambos os braços, o direito, que costuma sempre estar enfaixado, estava completamente exposto.

— Já tentei me focar em qualquer outro pensamento, mas sempre acabo sendo levado ao mesmo...

Ele disse a Alícia que suas emoções ficam mais fortes nessa forma, graças a isso simples memórias de dor e sofrimento podem se tornar algo impossível de resistir.

— Tenho que te desmaiar mais uma vez. — Ruby aproxima sua mão de Ioan.

A capa, que usa sempre para evitar a luz solar, começa a soltar algumas faíscas, assim como um pouco de fumaça, mas não o suficiente para danificá-la.

— Tudo isso apenas por chegar perto? — diz um pouco impressionada, mas logo volta sua atenção mais uma vez para Ioan. — Apesar de interessante, não é o suficiente.

Ela o acerta com um soco e o derruba no chão mais uma vez.

~Pov Ioan~

Finalmente chega a madrugada do dia em que os templários chegariam. Para mim, esses dois dias passaram como se fossem longas semanas, tudo que fazia era acordar, ativar a habilidade, tentar manter o controle, em vão, e logo em seguida falhar e perder a consciência, repetidas e repetidas vezes.

Abro os olhos, Ruby está parada de frente à mim, assim como todas as outras vezes.

— Infelizmente não temos mais tempo, embora tenha tido um grande avança esse é o máximo que podemos conseguir neste curto período de tempo.

Ela fala enquanto me sento no chão, batendo em minhas roupas, para que a terra caísse.

— Sinto muito, acredito que não é meu forte tentar me agarrar a uma memória — suspiro.

— Não se preocupe, era algo que beirava o impossível desde o começo... — Ruby olha para cima, em direção ao morro em que estamos acampados. — Para dizer a verdade, você passou muito das minhas suposições iniciais.

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