Capítulo 91 - Um grande jogo

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— Sua boca parece estar derretendo no canto — comenta o espectro que segue ao meu lado enquanto corro.

— Por favor, esqueça o que viu... — Continuo correndo sem pensar muito no assunto.

Passamos por diversos corredores, olhando para alguns corredores, em que não entramos, pude ver diversas salas parecidas com aquelas onde haviam monstros. Pensei que a melhor forma de achá-lo, caso não tivesse um guia, seria procurar essas salas, dessa forma iria acabar achando a sala do demônio uma hora ou outra, porém parece que estava errado.

"Como está se sentindo?" diferente de seu tom habitual Nahemah parecia estar realmente expressando sua preocupação quando fez a pergunta.

"Não sei ao certo, afinal, antes de beber o sangue das aranhas, havia bebido sangue humano, o mais efetivo para nós vampiros".

Aumento a velocidade. Com toda certeza estou muito mais rápido que meu eu normal, mas estou sobre o efeito de duas habilidades, graças ao sangue bebido e a noite. Agora consigo ligar e desligar o modo berserk quase sempre que quiser, o desgaste físico continua da mesma forma, por isso ainda consigo sentir minhas pernas e braços um pouco travados, mesmo sendo difícil diferenciar entre a dor da habilidade e a dor por meu corpo estar todo ferido.

— Você sabe qual é o último monstro? — Olho pelo canto do olho para o espectro. — Parece que já sabia que iríamos encontrar aranhas naquela última sala, além disso disse que, caso não tivesse aparecido, iria possuir o corpo daquele monstro, então provavelmente sabe qual é ou pelo menos consegue sentir o seu poder.

— Sim, sabemos. — Ela balança a cabeça. — Podemos andar livremente por essa dungeon, os monstros simplesmente nos ignoram e o demônio parece não ter interesse em nós... Na verdade, não sabemos se ele sabe sobre nós, pois em todo esse tempo nunca vimos sair de sua sala.

— Entendo... — Paro de correr.

— Aconteceu alguma coisa? — Ela para e olha em minha direção.

Olho para ela.

— Se sabe quais são os monstros que iremos enfrentar... — Me aproximo. — Por que não avisa antes de entrarmos nas salas? Dessa forma poderia criar um plano de combate e derrotar os monstros sem precisar quase morrer! — grito.

Sua expressão não muda nem um pouco.

— O senhor não perguntou.

Eu desisto, simplesmente não há como usar meu senso comum nesse mundo. Magia, monstros, isso foi fácil de se adaptar, mas as pessoas que venho encontrando nesse tempo me fazem questionar minha sanidade. Até mesmo um espectro, que possui diversas almas, que juntas provavelmente viveram milhares de anos, tem o mínimo de senso comum e me lembra muito praticamente todos que conheci.

— Esse último monstro... — Olho para ela enquanto tento voltar a mim. — Você conseguiu sentir um estranho poder dentro de mim, quando comparado ao monstro na última sala, o quão forte ele é?

Ela parece pensar por um instante.

— Difícil de dizer. — O espectro olha para frente, na direção em que estávamos correndo. — Sua força é algo complicado de ser comparada com qualquer outra coisa, no início, quando nós fomos até você, sua força era mais de duas vezes menor que a da aranha.

Mesmo após usar as habilidades só conseguir ficar mais forte após a morte da primeira.

— Durante o combate, pelo uso de suas habilidades pode até mesmo passá-las e derrotá-las com força bruta. — Ela olha para mim novamente. — Porém, mesmo no auge de sua força, ainda acreditamos que esteja atrás tanto do monstro, quanto do demônio.

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