Capítulo 138 - Marcha

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~Pov Ruby~


Em minha frente marchava um grande exército. Tudo que podia ver olhando ao redor é uma grande multidão, vestindo armaduras imperiais. Estávamos em uma carruagem de luxo, que atualmente anda junto com a retaguarda.

— Cem mil homens contra uma única cidade — falo me virando para o lado direito, tirando meu olhar da janela. — Vocês me parecem um pouco empolgados demais.

Sentado, ao meu lado, estava Harukichi, que se sentava no centro deste banco, mas ainda distante de mim, pelo tamanho exagerado da cabine. No último assento do lado em que estávamos, havia uma figura que não tinha visto antes. Era um espadachim que, mesmo sendo um humano, podia sentir alguma força sendo emitida.

Harukichi solta uma alta gargalhada antes de se virar e responder.

— Talvez esteja sendo um pouco exagerado levando tantos homens para uma única cidade... — diz passando a mão em seu queixo enquanto pensava. — Podemos deixar metade deles estacionados e usar apenas parte para o ataque, afinal, o objetivo de trazer tal poderio militar não é apenas para a batalha.

Humanos realmente pensam que está tudo bem assim? Acredito que sempre deve-se atacar com força máxima, não importa como está o inimigo ou seu poder... Talvez devesse começar a ouvir mais meus próprios conselhos. Com esse pensamento acabo soltando uma risada inconsciente.

Harukichi olha em minha direção, estava um pouco irritado.

— O que há de tão engraçado? — pergunta.

O homem deve demonstrando sua insatisfação comigo, principalmente por saber que descobri sobre os planos de sua nação para o futuro que está por vir. Provavelmente teria alguns problemas com o imperador, mas Harukichi ainda é um peixe-pequeno e está na palma de minha mão, desde o começo. Sua insatisfação deve ser por saber disso.

— Estava pensando em algumas coisas — respondo desviando o olhar. — Embora, seu plano suicida também tenha parte da culpa.

Veias saltam em sua testa. No entanto, o que chama minha atenção é a reação do espadachim, ou melhor, sua falta. Mesmo estando em uma posição de igualdade com Harukichi, ele ainda é seu mestre, mas nem ao menos um olhar de raiva surge com minhas ofensas. Ele parecia muito calmo com tudo aquilo.

— Está falando que iremos perder a batalha contra uma pequena cidade? — O homem levanta um pouco sua voz. — Seu poderio militar não deve chegar nem há um décimo da nossa.

Cruzo as pernas, ficando em uma posição mais confortável, enquanto ainda olhava para fora, observando o rosto dos guerreiros.

Os humanos pensam sempre da mesma forma, acreditam que podem ganhar apenas com quantidade. Pode ser verdade que números em uma guerra faz muita diferença, mas isso apenas quando o poder deles se equipara com os poucos fortes do outro lado. Mesmo que tenham sobrevivido até hoje e até mesmo ganhando batalhas. Quantas pessoas foram sacrificadas para isso?

— Atacar com metade do exército é simplesmente suicídio — respondo. — Quantos de seus soldados conseguem lutar contra um aventureiro classe A ou B sozinho?

Ele demonstra um pouco de incomodo com minha pergunta, como se estivesse com algo azedo em sua boca. Porém, logo sua expressão arrogante volta. Assim como havia pensando, apenas muitas pessoas sem poder algum.

— Em tot, atualmente, estão dois humanos com uma classe de perigo incomum. — Ele treme com minhas palavras. — Sem contar que também há um vampiro, que atualmente classifico no mínimo como primeira classe e uma pequena garota, essa provavelmente é um ser de classe especial.

O Recomeço em um mundo de RPGOnde histórias criam vida. Descubra agora