Capítulo 92 - A última sala antes do objetivo

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Uma criatura que não possui inteligência, mas ainda tem a alma de um humano. Me pergunto o que ele passou até ficar preso dentro dessa dungeon ou ainda pior, os experimentos que pode ter sofrido do demônio. O fato do espectro não conseguir definir a raça do monstro ainda é preocupante.

Sigo por algumas salas guiado pelo espectro, assim como antes. Nahemah, que decidiu não entrar na sombra por algum tempo, pois de acordo com ela "gostaria de ver minha luta por uma perspectiva diferente", corria um pouco atrás, deixando que nós tomássemos a liderança até o local, mesmo que pareça saber a localização para onde pretendemos ir.

Depois de correr por mais alguns minutos finalmente chegamos a um corredor com uma sala em seu fim. Parecia com todas as outras, porém um pouco maior, pois não conseguia ver o outro lado, mesmo que ainda estivéssemos no começo do corredor ainda havia sido possível das outras vezes.

— Ele está naquela sala... — comento enquanto começo a me concentrar.

— Ficarei atrás de você, irei esconder minha presença, dessa forma ele não conseguirá me perceber e sua luta não terá nenhuma intromissão — fala Nahemah.

Consigo sentir a presença de alguma coisa dentro da sala, porém não consigo mensurar quão forte é, mesmo parecendo emanar algum poder demoníaco. Isso me deixa um pouco menos preocupado, pelo menos consigo sentir seu poder e sei qual o tipo que está emanando, significa que não irei encontrar um monstro como Nahemah ou Belzebu na sala em frente.

— O efeito do sangue de Bianca ainda não passou completamente. — Abro e fecho minha mão. — Mas está próximo do fim.

Acredito me resta apenas cerca de cinco minutos, mesmo lutando contra as aranhas, que pelas falas do espectro e de Nahemah, eram mais fracas que esse único monstro, ainda me demorou mais tempo que isso, além disso perdi mais um trunfo para a luta contra o demônio em seguida. Acredito que devia estar desesperado, mas sinceramente não consigo tirar o sorriso do rosto.

Parece minha vida antiga, uma situação desesperadora seguida de outra e parece que nunca irá acabar. Provavelmente fui escolhido como alvo de uma maldição de alguma entidade.

— Lembre-se que bebeu o sangue daquelas aranhas — diz Nahemah começando a andar em direção a sala. — Não está sentindo o efeito por causa do sangue humano que bebeu, será interessante ver sua reação quando começar a sentir o efeito.

— Entendi, apenas lembre-se que minha morte é um atraso para seu plano — começo a segui-la.

O espectro segue atrás de nós dois, em silêncio.

Nahemah é a primeira a entrar na sala, mas não demonstra nenhuma reação antes de se virar para esquerda e seguir seu caminho. Esperava que pelo menos fizesse alguma expressão ao entrar em contato visual com o monstro, mas parece que ela está me negando até mesmo isso.

Foco na audição e no cheiro, além de aumentar minha percepção pela magia natural. Mesmo sabendo que tem uma presença nesta sala... Não consigo senti-la pela magia, pelo menos não sua localização, além de não sentir seu cheiro ou ouvir algum barulho.

Chego até a entrada e olho ao redor. Ela não parece estar em local algum, então... O teto, assim como as aranhas.

Olho para cima.

— Entendi porque conseguia sentir que estava na sala. — Tiro minha adaga. — Mas não conseguia definir o local exato onde estava, afinal, seu corpo está cobrindo todo o teto.

Uma grande massa negra estava cobrindo o teto completamente, nem uma única parte do branco padrão desta dungeon podia ser visto. Parecia algo líquido, mas meio sólido ao mesmo tempo. Tudo que pode me lembrar era daquelas geleias que as crianças gostam de brincar.

O Recomeço em um mundo de RPGOnde histórias criam vida. Descubra agora