Capítulo 38 - Fantasma do passado (Parte 2)

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Fico impedido de atirar, pois tenho que pular para desviar de mais tiros, porém desta vez pulo para trás da mesa de jantar, deixando meu adversário do outro lado. Chuto a mesa com força, que o atinge, com isso consigo me levantar atirando nele.

Os dois que restavam estavam jogados no chão. Um deles, aquele que estava gritando e, provavelmente, agredindo Yasmin.

— Por favor, eu posso... — Ele começa a falar, mas é interrompido por um disparo meu, que o acerta na cabeça.

Em seguida atiro no segundo.

Corro para o lado de Yasmin, que estava jogada no meio da sala. Seus braços estavam amarrados, pego uma faca rapidamente e corto as amarras.

— Você está bem? — pergunto. — Fizeram algo?

Olho para seu corpo, estava com várias marcas de pancadas.

— Estou... — Ela me abraça enquanto fala. — Obrigada por vir.

Seu abraço forte me prende por um instante. Com todo o barulho que fizemos não era de se estranhar que viessem reforços, porém, diferente de antes, eles não entram no apartamento, todos ficam do lado de fora.

— Apenas fuzilem tudo, não daremos chance para que escape novamente. — A voz, do que parece ser o comandante, pode ser ouvida.

Eu estava de costas para a entrada, então seguro Yasmin com todas minhas forças, desta forma servirei como um escudo para ela. Tento me jogar para frente, mas não consigo fazer o movimento que desejo. Ela tira meu ponto de equilíbrio, girando e ficando por cima, esta foi uma das formas que a ensinei para escapar de alguém quando precisasse.

— Desculpa...

É tudo que posso ouvir antes dos disparos, tento me virar de qualquer forma, mas já estávamos caindo, era impossível voltar de como estávamos agora.

Uma sinfonia de disparos é tudo que pode ser ouvido, o som é alto demais para que qualquer um pudesse ouvir qualquer coisa. Posso sentir o impacto de algumas balas, mas que, de alguma forma, sabia que não trariam ferimentos mortais,

Neste instante parece que consigo ver as coisas acontecendo mais devagar, um líquido vermelho brilhante poderia ser visto espirrando no ar, lentamente subiam e aparentavam nunca mais descer, se misturavam com o caramelo do cabelo de Yasmin e ambos cobriam meu rosto, impedindo que eu veja qualquer outra coisa além daquela estranha mistura de cores.

A estranha música, onde os instrumentos eram armas e os atiradores mercenários dura longos dois minutos, mas que parece uma eternidade para mim. Nada sentir durante esse tempo, mesmo sabendo que fui alvejado algumas vezes, sabia bem como era a sensação de levar um tiro, mas ela parecia estar sendo negada por uma dor ainda maior.

Após o cessar dos disparos o silêncio reina o local por completo. Parece que nenhum dos dois lados queria se mover. Algo quente escorria por cima do meu corpo. Seguro Yasmin com todas minhas forças, a última coisa que queria fazer naquele momento era soltá-la. Preferia que mais tiros fossem disparados e que eu fosse o alvo desta vez.

— Apenas... — Consigo ouvir a voz de Yasmin baixa. — Fuja...

Essas é a única coisa que posso ouvir, nada mais fazia som, mesmo sabendo que uma hora aqueles que estavam fora iriam entrar para conferir se eu estava morto.

Coloco minha mão em seu pescoço e tento sentir sua pulsação, sei que existem outras formas melhores, mas realmente estava sem tempo no momento. Poucos segundo se passaram, não havia pulso. Sinto meu corpo ficar mole por um instante, mesmo sabendo que era quase impossível a sobrevivência ainda assim tinha um pingo de esperança, que havia sido destroçado naquele momento.

O Recomeço em um mundo de RPGOnde histórias criam vida. Descubra agora