Capítulo 84 - Em direção ao demônio da montanha (Parte 2)

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Pulo do penhasco em minha frente. Não é como se pudesse pular a montanha facilmente, mas ainda assim quando estou seguindo com Bianca e Alícia é impossível fazer coisas assim, pois elas não poderiam me acompanhar.

Caio em uma parte um pouco mais reta, porém era pequena demais para ficar em cima, meu objetivo era apenas usá-la como degrau. Repetindo esse processo consigo descer facilmente, embora ainda tenha que manter o cuidado, mesmo que consiga sobreviver a esta queda, não significa que iria conseguir sair ileso.

— Então diga, o que acha que é meu plano? — faço a pergunta para Nahemah. — Afinal, você é aquela que mais me conhece.

"Você não tem um" responde imediatamente. "Apenas disse aquilo para que as garotas não insistissem em vir junto" sua voz parecia ter um pouco de decepção enquanto descrevia o que ela acreditava ser a razão das minhas ações.

— Aparentemente você não me conhece tão bem assim.

Com um último pulo consigo descer o penhasco por completo. Assim que meus pés tocam o chão novamente começo a correr. De acordo com a informação passada por Íris terei chegado ao meu destino em três horas com essa velocidade.

— Já te disse isso diversas vezes, não pretendo morrer, então definitivamente tenho um plano para usar contra esse demônio.

A diaba parece ficar pensativa com minhas palavras.

Quanto mais minha afinidade com magia natural cresce, maior é minha ligação com a natureza. Enquanto corro consigo sentir energia fluir do mundo ao meu redor, árvores, folhas, até mesmo a montanha como um todo irradiam energia, fazendo com que possa sentir suas presenças, mesmo que perca todos os sentidos acredito que ainda poderia percebê-los. A própria natureza parece uma extensão dos meus membros, como se meu próprio corpo estivesse conectado a ela, também é por esse motivo que consigo perceber a perturbação que vinha de algum lugar em minha frente, na direção em que corria. Estou seguindo no caminho certo.

— Os demônios possuem dificuldade com detecção mágica certo? — pergunto para a presença que havia ficado quieta de repente.

"Andou estudando?" diz em um tom zombeteiro, mas volta a sua forma regular rapidamente. "A maioria sim, embora conheça alguns possuem um controle mágico tão bom que essa dificuldade acaba desaparecendo, mas no geral o grande poder mágico que possuem acaba interferindo na sua percepção do poder ao redor, por isso não conseguem detectar magia, principalmente se for mais fraca que a deles, com facilidade".

— Bem, espero que essa aula não seja cobrada no futuro. — Solto uma risada, mas era dirigida ao "plano" que havia feito. — Vamos torcer para que esse não seja o caso do nosso querido amigo demônio que estou indo visitar, caso ele consiga detectar magia provavelmente acabarei morto.

"Grande plano esse seu" ela parece dar uma risada sarcástica.

— Não há o que fazer simplesmente existe uma diferença muito grande em nossos poderes. — Dou de ombros. — Quando os mais fracos desafiam os fortes eles devem confiar em sua inteligência e, se isso não for o suficiente, um pouco de sorte não faz mal a ninguém.

Quando me despedi de Alícia e Bianca estava próximo das seis horas da manhã, o tempo que demorei para percorrer metade do percurso, local onde queria chegar para minha preparação, foi cerca de duas horas. Agora estava próximo das nove da manhã, o covil do demônio fica há três horas daqui. Tenho tempo suficiente.

Coloca a mão no chão, usando magia de terra começo a deformar o chão ao redor para que fique liso, mas parecia ser lento, na verdade, isso parecia muito mais fácil quando Alícia fazia, nessas horas consigo sentir como a diferença em nossas habilidades mágicas é gritante. Em sequência continuo a conjuração, no centro desse pequeno quadrado que fiz começam a surgir círculos, um dentro do outro, assim como letras em suas bordas. Era um círculo mágico.

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