História Paralela - A falha escolha de um slime

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Abro os olhos lentamente, tudo ao redor está completamente branco.

— O que aconteceu? Me lembro de estar falando com meu irmão e... Certamente tinha morrido após falar minhas últimas palavras...

Mesmo que esteja tentando falar a voz parece não sair. É como se tivesse o sentimento de estar falando, mas ao invés disso apenas pensasse no que queria dizer.

— Espera um pouco!

Não pode ser, não pode ser, não pode ser!

Se o que estou pensando estiver certo... Talvez não tenha morrido depois daquela conversa. Meu corpo estava muito fraco e com toda certeza, mesmo que não tivesse tido aquela grande recaída daquela forma, ainda iria acabar morrendo em alguns anos. Será que depois daquela vez em que passei mal na verdade acabei entrando em coma?

Tento me mover, mas mesmo que esteja enviando a mensagem para meu corpo se mover parece ser inútil. Aparentemente não estou me movendo, simplesmente não consigo sentir nada, nenhuma parte do meu corpo.

— Isso não pode ser possível, tenho certeza que minha família iria entender meu desejo e desligar os aparelhos — sorrio, embora não tenha realmente feito a ação. — Afinal, tive aquela última conversa com meu irmão, ele era a pessoa que melhor me entendia.

Me lembro dos meus filhos e como estavam quando me viram na cama do hospital. Perder a mãe alguns anos atrás deve ter sido um choque grande para eles, então entenderia se estivessem relutante em desligar os aparelhos e me deixarem ir embora deste mundo.

— Mas entendam, não podem fazer nada quanto a isso. — Se pudesse, escorriam lágrimas por meu rosto agora. — Tive uma grande vida, vivi cinco longas décadas com as pessoas que amava e, mesmo que ache que ainda era novo demais, ainda vivi o bastante.

Ouço algumas palmas vindo da minha direita.

Em minha frente começa a se formar algo. Quatro pernas de metal pequenas parecem estar crescendo do chão e começam a tomar forma, logo em seguida algo negro acima e em poucos instantes uma grande poltrona havia se formado naquele local.

— Não se preocupe, você não está em coma. — Uma voz masculina e jovial pode ser ouvida.

Um sensação de paz passa por meu corpo, como se estivesse flutuando no ar ou me aconchegando em um mar de espuma. Me passava a sensação de que podia confiar, sem pensar duas vezes, na pessoa que era sua dona.

— Mas isso quer dizer...

Pauso por um instante.

— Sim, sinto muito, mas o senhor realmente acabou morrendo naquele dia, após falar com seu irmão. — A voz responde calmamente. — Por favor, sei que é difícil diferir todas essas informações de uma vez, mas sente-se na poltrona que irei lhe explicar tudo.

Assim como ele havia dito, me sentei na poltrona.

Em minha frente mais coisas parecem surgir do chão, e do próprio ar, formando novos objetos. Primeiramente, algo cinza se forma no ar, pouco mais de dois metros em minha frente, tomando uma forma retangular em seguida e em poucos segundos uma Smart Tv havia se formado, ficava pouco menos de dois metros acima do que parecia ser o chão — usando os pés da poltrona como referência —, enquanto flutuava.

A televisão liga, mostrando a imagem de um hospital, em seguida a imagem parece mudar para uma sala dentro dele. Agora me lembro claramente, esse foi o hospital em que fui hospitalizado e passei meus últimos meses de vida.

— Fui muito bem cuidado pela a equipe médica, até mesmo fiz amizade com alguns deles. — Uma risada amarga acaba saindo. — Além disso, era visitado regularmente por meus familiares... Realmente... — Não consigo conter, a vontade de chorar era grande.

O Recomeço em um mundo de RPGOnde histórias criam vida. Descubra agora