Sofrer por causa do erro de outras pessoas, isso resume bem a vida de um jovem garoto, mas mesmo com tudo e todos conspirando contra ele conseguiu sobreviver.
Quem iria imaginar que alguém que sobreviveu a praticamente tudo morreria de um jeito tão...
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~Pov Ioan~
Fomos levados naquela luxuosa carruagem até o castelo, que ficava no centro de Tot, na área nobre. Durante o caminho, depois de afirmar que sabia minha verdadeira identidade, Maria apenas falou um pouco sobre a cidade, evitando o assunto enquanto devolvia apenas sorrisos quando tentava trazê-lo de volta.
Pensei que iria ser chantageado com essa informação, mas nada disso aconteceu, até o momento ainda nos tratavam como convidados.
Chegando ao castelo, fomos levados até um quarto de hóspedes. Com toda certeza, o local mais luxuoso que já tinha entrado em toda minha vida, mesmo comparando-o a sala de audiência do Reino vampiro ela ainda ganharia, provavelmente.
Era grande demais, maior do que muitas casas que vi no caminho até aqui. Uma grande cama, que caberia uma dezena de pessoas dormindo ficava a direita da entrada; também tinha uma sala, com um grande sofás brancos de seis lugares, no centro e outros dois menores nas laterais, assim como uma lareira; até mesmo uma cozinha dentro do cômodo... Me pergunto se isso é normal para a nobreza.
A esquerda, tinha uma sacada que mostrava a parte de trás da cidade, lá estava uma grande mesa branca com algumas cadeiras.
Todos nos sentamos no sofá para conversarmos.
— Esperem um momento...
Começo a absorver magia natural e aumentar meus sentidos, mas não consigo sentir nenhuma presença por perto além de nós cinco. As únicas pessoas que sinto estão vindo nessa direção, parece que teremos vistas em breve.
— Não há ninguém, mas estão vindo nessa direção — explico.
Bianca ainda não havia parado de tremer, estava assim desde que descobriu que Maria era a "rainha" da cidade.
— Como ela descobriu que você é um vampiro? — pergunta.
Ela mantém sua voz baixa.
— Talvez uma habilidade especial? Existem muitas, até mesmo sensibilidade a poder demoníaco poderia mostrar que você não é humano — resmunga Sacmis.
— Também penso o mesmo, alguém com grande habilidade de controle ou percepção mágica poderia facilmente descobrir que sou de uma raça demoníaca, afinal, meu corpo originalmente foi formado por poder demoníaco — concordo. — Porém, isso não iria mostrar que sou um vampiro.
Todos ficamos em silêncio após fazer mais um sinal para eles. Podemos ouvir passos do lado de fora, seguido de alguém avisando que iria entrar e abrindo a porta.
Era um dos soldados com detalhes em dourado em sua armadura.
— A rainha está entrando.
Mesmo que seja anunciada a chegada de Maria, sua rainha, o nosso lado não se move e continua sentado no mesmo lugar, alguns por não sentirem necessidade, outros por estarem nervosos demais para isso. Isso é mau, pode ser apenas minha imaginação, mas sinto que posso sentir sua irritação, mesmo que esteja com uma armadura completa e não possa vê-lo.
