Alícia - Conhecendo um vampiro

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Fazem quatro dias inteiros que Alícia está no mar. O céu parece não querer amanhecer nunca, isso significava uma coisa, uma humana estava navegando, em um pequeno bote, em direção ao temível Continente Demoníaco.

A boca de está completamente seca, Alícia sente que a temperatura de seu corpo está aumentando. Tudo poderia se resolver caso ela conseguisse usar magia de água, mas era a mais complicada dos quatro elementos mágicos, não havia tido tempo para aprendê-la. A cabeça e as costas doíam constantemente, tão forte que até amenizam a dor que sentia em seu estômago vazio, cada vez mais essa dor aumentava, beirando o insuportável.

— Ei tem alguém aí? — Consegue ouvir um grito longe.

Faz um tempo que coisas assim começaram a acontecer também, estava delirando. A voz de pessoas que sentia falta podiam ser ouvidas de tempos em tempos, no começo sempre a respondia, mas quando notou que eram alucinações começou a ignorar.

A voz ficou em silêncio, assim como ela havia imaginado. Mas logo em seguida podia ouvir um som diferente, como se alguém remasse em sua direção. Realmente poderia alguém estar em um local como aquele?

— Q-quem? — Alícia tenta dizer algo, mas sua voz sai fraca, não conseguia nem ao menos ter força para isso.

— Não sou inimigo! — A voz grita em resposta. — Estou me aproximando.

Nesse momento uma forte dor de cabeça a atinge. Era como se alguém pisasse em cima dela. Como dói, como dói. Sua consciência começa a se perder. E se fosse alguém que pudesse ajudá-la? Iria morrer tão próxima de sua salvação?

Alícia sente a presença de alguém, tenta ao máximo se manter acordada, mas ela estava perdendo a batalha contra a escuridão. E se essa pessoa fosse igual às outras? Poderia realmente confiar em alguém?

— E-Eu não sou um monstro. — Alícia diz antes de perder a consciência.

Consegue sentir o gosto de algo estranho, mas mesmo não sabendo o que era seu corpo parecia ansiar por aquilo. Como se estivesse bebendo água sem parar, a água que ansiava por tanto tempo, sua fome que a atacava por dias também é saciada instantaneamente.

— O-onde Alícia está? — Alícia fala enquanto tosse.

Olhando em volta ela vê um homem. Ambos estavam no mesmo barco. Ele tinha a pele muito branca, olhos e cabelos negros, assim como os shinigamis que ouvia em histórias quando era criança. Quando Alícia fala ele sorri.

Alícia tenta ir para trás, mas bate as costas na borda do barco. Assustador, era alguém que ela não conhecia, e se quisesse fazer algum mal a ela? Assustador, assustador.

— Que-Quem é você? — Alícia fala, quase não conseguia segurar o choro.

— Fique calma eu... — Tenta falar.

Alícia não consegue, está com muito medo. Tenta tapar os ouvidos com a mão.

— Não, não, por favor, eu não fiz nada. — Alícia precisa convencer ele a deixá-la em paz, mas não consegue parar de tremer.

Depois de alguns segundos o homem fala.

|Controle mental (Pequeno)|. Fique calma — fala devagar.

Assim que Alícia ouve sua voz algo estranho acontece, estava conseguindo parar de tremer. Quanto tempo fazia que não conseguia parar frente à outras pessoas? Sempre que encontrava outra pessoa entrava nesse estado, mas agora estava conseguindo se controlar.

— Eu, eu.... — A respiração de Alícia começa a ficar mais leve.

— Me chamo Ioan, perdão por te trazer para esse barco — Ele falava devagar, como se estivesse dando uma aula. — Te achei no meio do mar, você estava fraca e decidi te ajudar.

O Recomeço em um mundo de RPGOnde histórias criam vida. Descubra agora