Capítulo 89 - Aracnofobia

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— |Impulso|.

A orbe de magia de vento explode em meu pé, sou arremessado para frente, mas diferente do uso costumeiro, não ataco ninguém, essa foi uma evasiva para que ainda continuasse vivo. No local onde estava passa algumas, que acertam a parede longe de mim. O mármore — ou o material que parece mármore —, derrete exatamente no local onde a teia havia tocado.

Que tipo de jogo é esse, em que o primeiro inimigo é um orc que foi derrotado com grande facilidade, nem ao menos me fez subir um nível, e logo em seguida você cai em uma sala com o que parece ser o boss final? Tudo que poderíamos falar sobre um jogo desse é "completamente desbalanceado".

O orc nem me fez subir de nível! Isso é o quão fraco ele era, pois sou um vampiro de nível baixo, no entanto, essas aranhas poderiam me causar uma morte instantânea caso me toquem com aquelas teias. Suas patas, furam o chão quando o tocam, exatamente, elas não "quebram" o chão, como o orc por causa de sua força, elas o "furam", com lâminas.

— Ei, você disse... — Com um rolamento desvio de mais teias que acertam o chão. — Que poderia se fundir com um monstro caso fosse necessário.

Enquanto tenho uma luta mortal contra três aranhas, o espectro estava no canto da sala, como se estivesse apenas esperando a derrota dos monstros para que continuássemos nosso caminho.

— Precisamente, nós iríamos possuir um monstro — responde com indiferença. — Mais precisamente, aquele iremos encontrar depois que seguirmos nosso caminho, o último antes de chegarmos ao demônio.

Quer dizer que existe mais um depois desses?

As outras duas aranhas, que continuavam andando pelo teto, pareciam estar nos circulando. Não sei se possuem inteligência, mas mesmo se for o instinto delas trabalhar em equipe ainda será preocupante, posso desviar dos ataques por uma pequena margem, mesmo estando lutando contra apenas uma delas, caso comecem a utilizar ataques em conjunto ficará praticamente impossível.

— Então, você consegue causar algum efeito nelas, certo? — As aranhas pareciam estar quietas, apenas andando ao redor.

Elas vão fazer um ataque conjunto.

— Podemos segurá-las por alguns segundos, mas esse é o máximo, mais tempo que isso nosso corpo irá fundir com o monstro e... — Ela começa a explicar.

— Tudo bem, apenas um segundo é o suficiente!

As aranhas que estavam no teto saltam ao mesmo tempo, a que estava no chão joga teia. Pulo para trás e tiro um pequeno frasco do bolso. Todas as aranhas, ao mesmo tempo, parecem ficar paralisadas por um instante, uma densa névoa branca cercava seus corpos, pareciam prendê-las como correntes.

A teia jogada pela primeira aranha atinge as outras duas. O local atingido pelo ataque derrete, os dois monstros soltam gritos monstruosos e ensurdecedores. Saber que o ataque pode feri-las é bom, isso significa que suas defesas não são tão poderosas assim, possivelmente meus golpes irão conseguir causar dano.

O frasco em minha mão é transparente, com isso posso ver o líquido vermelho que está dentro. Rapidamente abro e bebo seu conteúdo. O gosto costumeiro de sangue entra em minha boca, mas diferente de quando bebo sangue de animais ou monstros, o gosto do sangue invade meu corpo e parece me dar forças. Um efeito parecido como que a cafeína faz ao corpo, porém aumentado diversas vezes.

A luz branca que segurava os três monstros desaparece, tão rápido quanto sua aparição e, em um piscar de olhos, o espectro estava novamente no canto da sala observando o combate.

Os monstros parecem ficar irritados, mas ao invés de dirigir hostilidade ao espectro, que foi aquele que os atacou agora, elas a dirigem para mim, que estava em sua frente.

O Recomeço em um mundo de RPGOnde histórias criam vida. Descubra agora