Parte 7

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07 de Março de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil

Christopher acordou após tatear o lado esquerdo da cama e senti-lo vazio. Abriu os olhos rapidamente e olhou ao redor, procurando qualquer vestígio de Dulce no quarto.

Levantou-se com pressa, calçou o chinelo e foi quase correndo até a sala; ela também não estava ali.

Me esqueça, sim. Pra não chorar, pra não sofrer, pra não sentir. Me esqueça, sim, que eu quero ver você tentar sem conseguir. – cantarolava. – A cama agora está tão fria, ainda sinto o seu calor. Me esqueça, sim, mas nunca esqueça o meu amor.

Christopher respirou aliviado ao escutar a voz dela cantarolar tal canção, deu alguns passos até a cozinha e então viu a ruiva parada ali, usando apenas a camisa azul que ele lhe emprestara na noite anterior. Estava concentrada decorando o omelete na frigideira, e não notou que ele a observava.

— Vou ganhar café da manhã hoje? – ela deu um pulo ao escutá-lo. – Bom dia, cantora.

— Bom dia. – corou. – Só estava passando o tempo. Acordei com o estômago roncando.

— Eu também, mas confesso que o susto por não te ver na cama foi ainda maior que qualquer fome. – aproximou-se dela.

— Não seja bobo. – deixou que ele lhe beijasse os lábios. – Ansioso para a sua grande noite hoje?

— Um pouco, mas vou pensar em você pra me acalmar. – foi até a geladeira, pegando a garrafa de água.

— Sobre isso... – sem jeito. – Você está bem?

— Estou. Bem, eu estou do jeito que dá pra estar. – abriu a geladeira e pegou a garrafa de água. – Amanhã você tem algo?

— Não. – ele sorriu.

— Você vem, então. – decidiu. – E ficamos juntos.

— Você vai me deixar pobre de tanto vir pra cá, sabia? – riu. – A Barra é quase em outro estado, de tão longe.

— Não demora muito e vou trazer você pra morar comigo, aí nossos problemas vão acabar, ok? – ela riu sem acreditar. – Não se preocupe, eu trago a minha sogra também.

— Imprestável. – negou com a cabeça ao escutá-lo.


07 de Março de 2014 – Leblon – Rio de Janeiro, Brasil

Dulce passara a manhã toda com Christopher, e depois que se separaram, a morena voltou para a casa. Disse para a mãe que dormiria na casa de Marcela, já que passariam a noite resolvendo o TCC.

A ruiva ficou na revista até às cinco horas da tarde, e depois foi direto para a casa de Telma, se arrumar para o trabalho.

O relógio indicava sete horas da noite, quando o motorista bateu na porta do quarto da mulher, pedindo que ela se apressasse, pois não poderia se atrasar com o cliente.

— Me dê dois minutos mais. – pediu, arrumando o cabelo.

Dulce usava um vestido preto, com alças finas e um belo decote. O cabelo estava solto e liso, já que não tivera tempo para aprontá-lo o suficiente. A maquiagem era leve, porém muito bem feita, e diferente da maioria das vezes, ela usava o batom claro nos lábios.

Nos pés, o sapato de salto alto e de cor preta.

— Uau, Marie! – Cherry entrou no quarto e aplaudiu a ruiva. – Onde vai assim tão sexy?

— Está demais? – preocupada.

— Não. A única coisa demais é a sua gostosura. – piscou. – Com quem vai sair hoje?

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora