Parte 156

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—Às vezes é preciso deixar de ser cavalheiro. – acalmou-se. – E fazer apenas o que é certo.

— Você gostaria que Alejandro entrasse aqui agora? – parou de andar e a olhou. – Quando você pediu justamente que ele ficasse longe. Como reagiria se ele não te ouvisse?

— Eu sei que não tem ninguém atrás dele, eu já o vi antes, eu sei que ele está bem e não corre risco. – rebateu. – Mas ela não sabe nada sobre você.

— E ainda assim não quer me ouvir. – sério. – O que isso te diz?

— Que ela precisa te ouvir. – insistiu. – Se Alejandro entrasse aqui agora, eu poderia sentir muitas coisas, mas tristeza... não. Jamais seria um problema vê-lo.

— É diferente. – Christopher sussurrou.

— Está desistindo? – ela o provocou. – Hein? Você está desistindo dela?

— Não, eu não...

— Está desistindo da Dulce? Sim ou não? – gritou. – Fala!

— Eu não desisto dela! – devolveu o grito. – Não desisto, ok? Mas ela desistiu de mim!

— Cara... – Mateus o olhou.

— O que foi? – deu de ombros. – Ela não me quer! É um fato! Todos parecem não aceitar, fazem vista grossa, inventam coisas, mas a verdade é só uma: ela não me quer!

— Ela está te protegendo! – Viviane soltou um longo suspiro. – Deus do céu, como você é idiota! Ela está apenas te protegendo! – ele ameaçou falar, mas logo desistiu. – Por tudo o que ouvimos, por todas as ideias que ele colocou na cabeça dela, ela tem certeza de que não te merece! E ainda que merecesse, ela sabe que estar com você é colocar um alvo enorme na sua testa! – estalou a língua e fechou os olhos. – Dulce pode ser qualquer coisa, e pode até estar um pouco louca, mas ela te ama de um jeito tão profundo que você sempre... você sempre vem em primeiro lugar pra ela. E isso nem se discute. – puxou o ar e o olhou outra vez. – Portanto, insista. Nem que seja pra você dizer o quanto eu quero falar com ela. Mas insista.

— Poderia fazer isso? – Mateus os interrompeu. – Insistir para que ela te escute?

— Eu vou fazer isso! Eu tenho que fazer isso! – olhou-o. – Acha que sua mãe consegue trazê-la pra cá?

— Trazê-la? – Christopher franziu o cenho. – De novo isso? É loucura! Não podem tirá-la de lá!
— Não vão me deixar sair. – Viviane concluiu. – Eu poderia ir, mas não acho que vão permitir.

— Posso falar com a minha mãe. – prontificou-se. – E com o meu padrasto. Ver o que é possível de se fazer.

— Veja o que ele vai dizer. – Christopher soou inseguro. – Não sei até que ponto forçar a Dulce a lembrar dessas coisas será algo positivo.

— Ela confia em mim. – a loira deu um leve sorriso. – Como eu confio nela. Estivemos juntas antes, estaremos juntas agora. Eu não vou deixá-la. Pare de ser covarde e faça o mesmo por ela!

Christopher a olhou, e a loira pensou que o arquiteto, de fato, deveria ter uma boa resposta para ela, mas escolheu permanecer em silêncio por alguns segundos.

— Obrigado, Viviane. – Christopher disse, bastante calmo. – De verdade. Por tudo o que faz por ela.

— Ela merece toda a felicidade do mundo com você. – desarmou-se e lhe sorriu. – Toda a felicidade.

— Pensa em receber o Alejandro? – Mateus franziu o cenho.

— Quero muito vê-lo. – sincera. – Quis falar com vocês antes, porque pensei que pudesse ajudar mais, mas...

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora