27 de Agosto de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil
— Alô? – Blanca correu para atender o telefone a tempo.
— Blanquinha? – ele ficou sem graça ao ouvir a voz dela. – É o Christopher... de novo.
— Oi, meu príncipe. – disse com dó dele. – Dulce ainda não chegou.
— Nada ainda? – desanimado.
— Não deve demorar. – esperançosa. – Você já chegou do trabalho?
— É, eu estou em casa. – suspirou. – Pode pedir pra ela me ligar? Não importa a hora que ela chegue, mesmo que seja no meio da madrugada.
— Ô, querido, é claro que sim. – sorriu. – Assim que ela pisar aqui eu falo... – foi interrompida pelo barulho da porta.
— Cheguei, gatinha. – a ruiva sorriu ao ver a mãe. – Trouxe comida japonesa pra nós.
— Ela acabou de chegar, meu bem! – animou-se. – Aguente um segundo, eu já vou passar pra ela. – estendeu o telefone para a filha.
— Quem é? – assustou-se com a felicidade da mãe. – A senhora nem me cumprimentou.
— Boa noite, querida. É o seu namorado. – pegou as sacolas da mão dela. – Ligou o dia inteiro atrás de você, por favor, atenda logo e dê uma satisfação para o menino.
— Me desculpe, estou sem bateria. – justificou-se e pegou o telefone.
— Atenda logo, María. – séria.
— Já vou. – beijou o rosto dela e atendeu o telefone. – Oi, paixão.
— Caraca, Dulce! Achei que estivesse morta, sabia? – reclamou. – Três dias sem ouvir nada sobre você. Nada.
— Me desculpe, me perdoe. – disse logo. – Não foi por querer.
— Não teve tempo pra responder uma mensagem? Pra dizer que estava viva? Eu te liguei o tempo todo.
— Ai, me escute. – foi para o quarto. – Como posso me desculpar se você mal me deixa falar?
— Estou chateado, pô. Mil coisas acontecendo, eu querendo falar com você e você desaparece.
— Perdão, perdão, perdão, perdão, perdão, perdão... – disse repetidamente. – Perdão, perdão, perdão...
— Tá, chega de perdão. – reclamou. – Já entendi.
— Agora posso me explicar? – riu baixo.
— Por favor, né? – irritado.
— Eu não sumi, eu realmente sinto muito pela falta de comunicação, mas peguei um freela com a Marcela, e aí juntei isso com o TCC... uma loucura. Não consigo nem achar palavras pra te explicar o que foram os últimos dias.
— Eu consigo: você se esqueceu do seu namorado. – dramatizou.
— Meu amor, me desculpe. – disse outra vez. – Prometo compensar no final de semana, prometo mesmo.
— No final de semana? – perguntou irônico.
— É, ué. – franziu o cenho. – Você tem planos? Vai ter que trabalhar?
— Dulce, hoje é quarta-feira! Não vi você um só dia essa semana! Você desapareceu e quer me tranquilizar dizendo que vamos nos ver no final de semana? – bravo. – Tá acontecendo alguma coisa que eu não sei?
— Não, ué, claro que não. – arregalou os olhos. – Que tal na sexta?
— Passo na sua casa amanhã. – decidiu. – Você janta comigo e dorme por aqui também, avise sua mãe.
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...