Parte 147

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— Pois não? – a senhora de cerca de quarenta anos abriu apenas parte da porta.

— Polícia. – Samuel mostrou o distintivo. – Bom dia, senhora. Podemos conversar?

— Só um minuto, vou chamar o meu marido. – fechou a porta outra vez.

— Christopher? – Mateus o olhou. – Sinto a mesma coisa.

— Como? – Samuel os encarou.

— Ela está aqui. – sorriu para o arquiteto. – Dolce.

— Bom dia. – o senhor saiu, de semelhante idade, saiu com a esposa. – Em que posso ajudar?

— Polícia do Rio de Janeiro, senhor. Sou Samuel. – disse com simpatia. – Estamos fazendo buscas pela região por uma denúncia de sequestro.

— Sequestro? – o homem negou. – Não sabemos nada de sequestro.

— Queremos apenas conversar. – Samuel sorriu. – Podemos entrar?

— Podem entrar. – ele repetiu a sentença completa. – Mas nós não sabemos nada de sequestro.

— Não se incomodará se quisermos dar uma olhada na casa, não é? – Poncho piscou ao final.

— Ahm... não. – a mulher abriu o portão. – Não, senhor. Sem problemas, digo... hm... pode... entrar.

— Muito gentil da parte de vocês. – Samuel os cumprimentou. – É um prazer.

Christopher observou tudo ao redor, não havia nada suspeito ali, a casa era bastante comum, o casal era bastante comum, não havia razão para desconfiar, mas ainda assim, algo dentro dele simplesmente pulsava e dizia que a noiva estava tão perto; mais perto do que jamais estivera nos últimos dias.

Entrou na casa e manteve-se em silêncio enquanto Samuel conversava com o casal e os enchia de perguntas.

— Então... Helena e Marco, não é? – Samuel sorriu com simpatia e sentou-se no pequeno sofá ali. – Quem mora com vocês?

— Ninguém. – a senhora respondeu de imediato.

— Tem certeza? – franziu levemente o cenho.

— Sim. – voltou a falar. – Com certeza.

— É que não parece. – Poncho apontou os porta-retratos ao lado da televisão, sinalizando as fotos em que o casal aparecia com a jovem loira por perto.

— Essa não... – o senhor deu a mão para a esposa. – Essa é nossa sobrinha, ela não... não mora conosco.

— Entendo. – Samuel então sorriu. – Mas são muito apegados, não? Pelo que posso ver.

— Sim, ela é... – a mulher olhou com carinho para as várias fotografias. – Ela é nossa única sobrinha. Fazemos tudo por ela.

— Hm. – Mateus olhou de soslaio para o arquiteto, que encarava o chão.

— Desculpe interrompê-los. – Poncho mirou o casal. – Mas poderiam me dar uma copo de água? Esse dia está realmente quente.

— Poncho. – Christopher falou pela primeira vez e o irmão apenas sorriu de lado.

— Não quero atrapalhar. – o advogado voltou a encarar o casal. – É só... sede.

— Eu pego para o senhor. – a mulher levantou-se, olhando de soslaio para o marido antes de sair da sala.

— Muito obrigado, senhora. – olhou o corredor por onde ela rapidamente desaparecera.

— Bem, Marco. – Samuel estendeu a foto para ele. – O senhor já viu essa garota por aqui?

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora