Parte 3

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15 de Fevereiro de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil

— Você vem? – Christopher perguntou, abrindo a porta do carro pra ela.

Dulce olhou ao redor e percebeu que já estava na garagem do prédio dele, não sabia em que momento cochilara daquele jeito.

Assentiu de maneira leve com a cabeça, pegou a bolsa e desceu do carro, caminhando sozinha até o elevador. Apertou o botão e a porta se abriu no mesmo instante.

Christopher apertou o botão do vigésimo andar, e ficou de frente para a ruiva, reparando na expressão dela, e em como seu peito subia e descia, provavelmente nervosa pelo momento.

Chegaram ao andar da cobertura, Christopher abriu a porta e deixou que a mulher passasse primeiro. Ela entrou a passos curtos no apartamento, deixou a bolsa no sofá e ficou parada no meio da sala, mantendo as mãos na cintura e olhando ao redor.

— Eu... – abriu a gaveta do rack e pegou uma pequena caixa preta de veludo. – Isso aqui é pra você. – estendeu-lhe a caixa. – Achei que fosse gostar.

— O que é isso? – não teve coragem de abrir o presente.

— É pra você. – insistiu. – Pode abrir.

— Christopher... – soltou a caixa. – Você não me conhece. Não pode gostar de mim assim.

— Sei seu nome. – ela deu de ombros.

— Grande coisa. – encarou-o. – Grande merda. Tem que me deixar ir.

— Dulce... – ela negou. – Dulce María... – ela lhe deu as costas. – Fuentes, não é?

— O que? – virou-se novamente para encará-lo.

— Te conto uma coisa? – ela abriu a boca. – O Christian Chávez, da TM Assessoria, é meu amigo de infância. – ela franziu o cenho. – Me contou hoje que a assistente da Jeanne era maravilhosa, praticamente me descreveu você. Fui unindo as peças desse quebra cabeça maluco.

— O que? – passou a andar de um lado para o outro. – Meu Deus! Meu Deus... Meu Deus do céu! Claro, o Christian... ontem... – atordoada. – Puta merda! Merda! Mas que merda!

— Pode confiar nele. – tentou acalmá-la. – Ele não vai dizer a ninguém.

— Preciso desse emprego, Christopher. – encarou-o com os olhos marejados. – Eu não posso perder o estágio na Vogue.

— Você não vai. – franziu o cenho.

— Isso vale a minha vida. – a lágrima escapou. – Eu não quero passar o resto da minha vida me deitando com diversos homens. Eu quero uma vida decente. Tem sido difícil o suficiente até aqui, não quero perder tudo o que conquistei.

— Eu jamais faria qualquer coisa pra te prejudicar e nem deixaria ninguém fazer isso, eu prometo. – tocou a mão dela. – Só queria te conhecer um pouco mais, e queria que aceitasse que... Me desculpe, mas gosto de você. Não quero gostar de mais ninguém.

— Quem mais sabe sobre mim?

— Christian e meu irmão. – ela fechou os olhos. – Mas eles não dirão nada. Eu prometo que isso não vai te prejudicar em nada.

— Como não? Como não vai me prejudicar, se você está aqui dizendo que gosta de mim e o caralho a quatro? – empurrou-o. – Você não pode gostar de mim! Ninguém pode gostar de mim!

— Acontece que eu gosto. – berrou com ela. – Já gostei. – puxou-a pela cintura, e ela o estapeou. – Pare de me afastar, Dulce!

— Esqueça de mim! – gritou em resposta. – Não estou disponível!

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora