Parte 164

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23 de Dezembro de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil

O homem seguia parado dentro do carro há mais de vinte minutos e encarando o portão da garagem do prédio. Dali saíam os mais diversos carros, mas não aquele que ele esperava.

Outros vinte minutos se passaram e então ele viu o CR-V preto saindo da garagem. Ligou o carro e o seguiu pela rua.

Parou ao lado do dele no semáforo e abaixou o vidro do carro, ouvindo a conversa ao lado.

Custa ir de carro ou aceitar a minha carona, Mateus? – Christopher riu. – Você faz o impossível!

Posso ir de ônibus. – reclamou do outro lado da linha e a voz ecoou pelo bluetooth do carro. – Chego e te encontro do lado de dentro, tá bom?

Você é ridículo, mas está bem. – reparou no homem ao lado, e então fechou o próprio vidro.

O semáforo abriu em seguida, o homem esperou alguns segundos e dirigiu mais devagar, ampliando a distância entre ele e o arquiteto.

Seguiu-o até o local do evento, reparou nos demais carros já estacionados, e então optou por estacionar longe dali.

Aproximou-se a pé, arrumando o terno no corpo enquanto caminhava até a entrada do evento.

Fez um leve aceno para o manobrista do local, que respondeu com um assentir de cabeça e nada falou. O manobrista logo recebeu mais um dos carros, afastando-se e deixando o homem ali.

O próximo veículo aproximou-se, ele se aproximou e cordialmente aceitou o carro do casal, entrando e dirigindo-se para o estacionamento padrão.

Deixou o carro ali e passou pelo local até encontrar o CR-V preto. Tirou o dispositivo do bolso do paletó e o prendeu perto da roda dianteira do automóvel. Então voltou para o próprio carro e enviou a mensagem ao chefe.

Agora era questão de tempo.

23 de Dezembro de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil

Cecília não se lembrava de ter dirigido tão rapidamente quanto naquela noite, saíra com pressa da clínica e acelerara ao máximo para chegar ao local do evento.

Durante o caminho, ainda tentara ligar diversas vezes para Christopher, mas ele não a atendera em nenhum momento.

Assim que chegou ao evento, viu Mateus e Christopher parados na porta, aparentemente riam.

O manobrista aproximou-se com o carro do arquiteto.

— Muito obrigado. – Christopher sorriu e foi até o carro.

O homem, à distância, acionou o dispositivo e pegou a máquina fotográfica; agora o carro só precisava voltar a andar. Um metro que fosse... e fim.

Fim do problema.

Fim de riscos.

Fim.

— De nada, senhor. – o manobrista saiu  do carro em seguida.

— É por isso que eu ligo dez vezes e você não me atende. – Mateus girou os olhos enquanto o amigo pegava o celular no carro.

— Atendi enquanto estava dirigindo. – Christopher riu e colocou o celular no bolso. – Você teria ligado menos, se tivesse aceitado a carona.

— Vou fingir que não ouvi. – Mateus acenou para o manobrista. – Amigo, pode pegar aqui de volta, por favor.

— Uckermann! – Cecília freou bruscamente ao lado do carro, chamando a atenção de ambos os rapazes.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora