07 de Dezembro de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil
Christopher acordou com o barulho do interfone, e parecia muito mais alto do que o normal. Abriu os olhos devagar e notou que havia adormecido no sofá da sala. Levantou-se ainda sonolento e caminhou até a cozinha, puxando o aparelho em seguida.
— Pronto. – resmungou.
— Bom dia, seu Christopher. – Jofre disse com simpatia e ânimo. – O senhor Mateus e a senhorita Marcela estão aqui, posso autorizar a entrada?
— Ahm... – coçou a cabeça. – Sim, pode. Obrigado.
— De nada. Tenha um bom dia. – desligou em seguida.
Christopher foi ao banheiro e teve apenas o tempo de escovar os dentes antes que escutasse a campainha do apartamento. Abriu a porta e deparou-se com o casal de amigos.
— Você está terrível. – Mateus fez cara feia e entrou no apartamento. – Já são meio dia.
— Não sei por que eu estaria. – deixou Marcela entrar e fechou a porta. – Deve ser porque a minha noiva foi sequestrada. Possivelmente por um familiar ou... quem sabe como isso pode piorar?
— Comeu alguma coisa? – Marcela o olhou e ele negou. – Tem algo aí? Eu te preparo o café da manhã.
— Eu... – ele suspirou. – Eu só... o que eu quero...
— Hey. – ela o abraçou. – Eu sei.
Mateus aproximou-se e apertou a ambos em seus braços, naquele momento, não havia nada que pudessem dizer para amenizar o que sentiam. Não encontrariam a paz enquanto não resolvessem toda a situação.
Marcela preparou o café forte para o arquiteto e um pão reforçado, do mesmo jeito que Dulce sempre lhe contava que o noivo gostava.
— Por favor, coma tudo. – sentou-se ao lado dele e lhe entregou o prato.
— Obrigado, Marce. – ele pegou o prato enquanto dava um gole no café. – Dulce te conta tudo, não é?
— Até os detalhes de como ela prepara o seu café. – sorriu para ele.
— Não quero ficar aqui, porque cada canto desse apartamento tem uma lembrança dela, e isso só aumenta a saudade. – confessou. – Mas não quero sair daqui, porque cada lembrança dela me traz esperança. Não é pelo tempo que ela está fora, é por toda a possibilidade que me ronda a cabeça.
— Daniel nos contou algumas coisas ontem. – Mateus o olhou. – Quando voltou para casa.
— O que? – franziu o cenho.
— Dulce já havia me contado sobre o tio dela. – Marcela disse baixo. – E ontem Daniel nos disse que... que...
— Sobre a tal da Telma. – Mateus concluiu e o arquiteto fechou os olhos. – Não temos espaço para julgamentos agora, nem para pensar no que passou.
— Não queria que soubessem sem o consentimento dela. – sincero. – Não acho certo que Daniel tenha contado, eu não... não acho certo.
— Nós queremos ajudar. – Mateus insistiu. – Passei no Daniel mais cedo, o condomínio liberou as imagens e...
— E o que? – agitou-se. – Ela... ela saiu? Como foi que... o que houve?
— Ela saiu. – Marcela pegou o celular. – E Alejandro já disse que esse carro é mesmo da amante dele. – lhe deu o aparelho.
Christopher colocou o prato na mesa de centro e concentrou a atenção no vídeo. Viu como a noiva corria até a portaria e chacoalhava o portão até que o porteiro a liberasse. Em seguida, entrava apressada no carro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Leblon após às 22h
RomansaO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...