18 de Novembro de 2014 – Bracarense, Leblon – Rio de Janeiro, Brasil
Aquela era sua zona de conforto! Dulce conhecia, de fato, a maioria dos bons bares na região, a experiência com Telma lhe dera um alto conhecimento sobre o assunto.
O bar estava cheio, como ela imaginava, mas ainda restavam algumas mesas disponíveis. Os drinks eram diversos, e pelo menos naquele início, os quatro decidiram deixar a tradicional cerveja de lado.
A música e o álcool no sangue, revelaram uma Anahí que há muito tempo se mantinha presa no papel de boa moça, e aquele lado da loira, era completamente sedutor para o marido.
Dulce, por sua vez, não se surpreendia consigo mesma, sentia-se em seu habitat natural, aquela era a realidade com a qual estava acostumada. O que não imaginava era que Christopher pudesse responder tão bem ao seu mundo, talvez porque estivesse genuinamente feliz por ela ou talvez porque aquele também fosse seu modo natural de ser.
As músicas eram as mais diversas e pareciam melhorar a cada minuto.
— Vou ao banheiro. – Anahí avisou os amigos.
— Christopher te acompanha. – a morena apontou o noivo. – Ele está indo também.
— Te ajudo a chegar lá. – estendeu o braço e a cunhada se apoiou nele.
— Dulce. – Poncho a olhou.
— Vem. – estendeu a mão pra ele e o puxou dali.
Levou o cunhado até as mesas na calçada, apoiando-se em uma delas e colocando o drink ali. O grupo ao lado continuava animado, tocando um samba e dançando de maneira alegre pela calçada.
— Sorria, Alfonso! – riu. – Está muito sério.
— Isso é muito novo pra mim. – deu um gole na cerveja. – Estar aqui, essa festa.
— Não foram ao Veloso outro dia? – torceu os lábios.
— Era diferente. Não havia música, eram só pessoas bebendo e conversando. – riu.
— Aqui também não costuma ter. – apontou ao redor. – É que hoje estão comemorando não sei bem o que, por isso liberaram. Mas o grupo de samba... esse sempre tem.
— Vem muito pra esses lados? – olhou-a, curioso.
— Vinha mais antes. – devolveu o olhar de soslaio. – Quando trabalhava com a Cherry.
— Dulce... – apoiou uma das mãos na mesa e olhou ao redor, parecendo pensar um pouco.
— Eu nunca contaria para a Anahí. – pareceu ler os pensamentos dele.
— Por quê? – aflito. – Estou pensando nisso a noite inteira. Ver a Cherry tão perto hoje, e você se tornou tão amiga das duas eu... Me sinto horrível de te pedir pra não contar, mas sei que a Anahí jamais entenderia o que eu fiz. Já fiquei com medo de que ela se lembrasse da Cherry pela vez que a vimos no restaurante.
— Duvido que você mesmo entenda, Alfonso. – franziu o cenho. – O porquê escolheu trair quem você ama.
— Fui burro. Estúpido. – respirou pesado. – Não soube consertar um problema e achei uma solução errada, mas... Sabe, prazerosamente errada.
— Essa é a razão pela qual garotas de programa não namoram: não são pagas pra trocar palavras, são pagas para dar prazer. – estalou a língua. – É mais fácil entregar um corpo do que uma palavra, porque palavras geralmente vem do coração.
— Então você...? – perguntou, e ela riu.
— Fui o mais profissional possível, disse mil vezes ao seu irmão que eu não era paga pra conversar. – sorriu ao lembrar-se. – Mas sabe o que ele fazia? Pagava e conversava comigo horas sem parar. E foi aí que eu me apaixonei. – confessou, e o cunhado sorriu diante de tal detalhe. – Mas isso é um caso em um milhão. Eu tive muita sorte, não existem muitos Christophers por aí.
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...