Parte 46

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13 de Agosto de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil

— Senhorita? – o porteiro a chamou. – O senhor Uckermann pediu que a senhorita subisse.

— Obrigada. – forçou o sorriso e então foi até o elevador, apertando seguidas vezes o botão, como se assim fosse chegar mais rápido.

Os segundos entre aquelas quatro paredes nunca pareceram tão longos, e por mais que ela limpasse o rosto manchado pelas lágrimas, cada vez que se olhava no espelho sentia que a dor em seu peito aumentava.

Assim que chegou ao andar de Christopher, viu o arquiteto parado na porta do apartamento. Usava uma calça social preta, uma camisa de manga comprida com os primeiros botões abertos e com claro sinal de que ele tirara a gravata com pressa.

— Onde diabos você se meteu? – direto. – Quase me matou do coração! Já viu quantas ligações minhas tem no seu celular? – ela se aproximou dele. – O que foi? Meu Deus, aconteceu alguma coisa com você? – colocou as duas mãos nos braços dela. – Por que está chorando? Dulce!

— Christopher. – abraçou-o, apertando o rosto contra o peito dele.

— Estou aqui. – apertou-a em seus braços, jogando a bolsa dela no chão e fechando rapidamente a porta do apartamento. – Está tudo bem, eu estou contigo. Não se preocupe.

Não tinha ideia do que deveria falar pra ela, não podia sequer imaginar o que havia acontecido, mas seu coração disparara ao ver a ruiva tão sensível, e tudo o que queria era garantir a ela que estava segura outra vez.

Quanto mais a abraçava, mais o choro dela aumentava, até que ela terminasse soluçando contra seu peito.

— Estou preocupado com você. – subiu uma das mãos pelas costas dela. – Te machucaram? Me fala alguma coisa, qualquer coisa.

— Não. – sussurrou. – Eu estou bem.

— Não está bem. – secou o rosto dela. – Vamos tomar uma água? Você precisa se acalmar um pouco, consigo sentir seu coração batendo agora. – ela o olhou. – Vem comigo. – deu um leve sorriso e puxou a ruiva até a cozinha. – Vou pegar um pouco de água pra você, tudo bem? – sentou-a na cadeira. – Um segundo. – foi até o armário, pegando um copo.

— Eu realmente precisava te ver. – passou as mãos pelo rosto, secando as novas lágrimas que caíam. – Queria te ver o quanto antes.

— Passei na sua casa. – colocou um pouco de água pra ela. – Fui te buscar, tinha reservado o restaurante pra nós. – sentou-se ao lado dela. – Tome, beba um pouco.

— Obrigada. – pegou o copo, dando um gole.

— Beba tudo. – piscou. – Anda, vai. – ela assim o fez.

— Eu queria... – abaixou o copo. – Eu queria sair com você, eu me arrumei pra isso.

— Você está linda. – ela negou e terminou de beber a água. – O que houve nesse meio tempo? Entre você se arrumar e eu passar no seu apartamento? O porteiro me disse que você havia saído.

— Ele interfonou, disse que estavam lá embaixo pra me buscar, e eu... eu pensei que fosse você. – deu de ombros. – Digo, eu estava esperando você, faltava pouco pra hora que havíamos combinado... Só poderia ser você.

— Dulce. – franziu o cenho. – Quem passou no seu apartamento?

— Era um carro preto, achei que fosse você com as suas gracinhas, mas lembro de ver dois homens e aí... tudo ficou preto. – ele arregalou os olhos.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora