10 de Agosto de 2014 – Hospital Copa D'Or – Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil
21h, Dulce saíra do quarto da mãe pela primeira vez desde o começo da tarde, quando haviam chegado ao hospital. Deixara Blanca com os irmãos e foi até a lanchonete, seu estômago roncava pedindo qualquer tipo de comida.
Escolheu um salgado de frango e um suco de laranja, sentou-se em uma das mesas e encarou o celular por longo segundos; a conversa com Telma ainda rodeava seus pensamentos, impedindo-a de sentir-se tranquila.
Assustou-se quando o celular vibrou em cima da mesa, despertando-a de seus confusos pensamentos.
— Eu estava aqui justamente pensando se era uma boa hora pra te ligar. – a ruiva atendeu o arquiteto, sem poder conter o sorriso que surgira em seus lábios.
— Quem pensa não casa, já dizia a minha avó. – Christopher brincou. – Deveria ter ligado.
— Me desculpe. – encarava o salgado no prato.
— Você está bem? – estranhou. – Tudo certo?
— É, eu digo... – confusa. – Minha mãe já está no hospital.
— Oh... tem razão. – lembrou-se. – Onde você está?
— Estou aqui com ela. Eu a deixei no quarto com os meus irmãos, mas vou dormir no hospital hoje. – explicou. – Quero passar a noite com ela. Depois da cirurgia ela terá que ficar uns dias na UTI e não vou poder dormir junto, não me permitem, então quero aproveitar enquanto posso.
— Você precisa de alguma coisa? – sem jeito. – Qualquer coisa?
— Hm... – calou-se por alguns segundos.
— Dulce?
— Não. – sussurrou. – Não, está tudo bem. Mas obrigada.
— Está bem, mas se mudar de ideia... – soltou um leve riso. – Você já sabe.
— Claro. Eu agradeço. – ficou em silêncio.
— Não sei se quer falar comigo agora. – sem graça. – Não parece que você quer.
— Só estou... – a lágrima pingou no prato. – Acho que só estou assimilando tudo isso.
— Gostaria de poder ajudar. – sincero.
— Você não tem ideia do quanto me ajuda. – mordeu o lábio inferior. – Não imagina o quanto faz a diferença.
— Acredito em você, então fico feliz por isso. – escutou-a rir. – Que horas é a cirurgia amanhã?
— Começa às seis e não se sabe quanto tempo vai durar. – suspirou. – Eu espero que esteja tudo bem até a hora do almoço.
— Com certeza estará. – confiante. – Sua mãe é muito forte, ela ainda vai viver pra ver muita coisa.
—Amém. – sussurrou. – Você está bem? Desculpe, eu não perguntei.
— Não, não tem que falar de mim agora. – tranquilo. – Eu estou bem. Só saiba que pode contar comigo.
— Acho que nunca agradecerei o suficiente. – pigarreou. – O hospital é bem chique aqui, valeu a pena cada centavo, sabe?
— Ah, é? Onde estão?
— Aquele todo pomposo de Copacabana. – escutou-o rir. – O quarto da minha mãe é ótimo, ela está bem confortável.
— Isso é o que importa. Está calma? Ansiosa?
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...