Parte 42

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10 de Agosto de 2014 – Hospital Copa D'Or – Copacabana, Rio de Janeiro, Brasil

21h, Dulce saíra do quarto da mãe pela primeira vez desde o começo da tarde, quando haviam chegado ao hospital. Deixara Blanca com os irmãos e foi até a lanchonete, seu estômago roncava pedindo qualquer tipo de comida.

Escolheu um salgado de frango e um suco de laranja, sentou-se em uma das mesas e encarou o celular por longo segundos; a conversa com Telma ainda rodeava seus pensamentos, impedindo-a de sentir-se tranquila.

Assustou-se quando o celular vibrou em cima da mesa, despertando-a de seus confusos pensamentos.

— Eu estava aqui justamente pensando se era uma boa hora pra te ligar. – a ruiva atendeu o arquiteto, sem poder conter o sorriso que surgira em seus lábios.

— Quem pensa não casa, já dizia a minha avó. – Christopher brincou. – Deveria ter ligado.

— Me desculpe. – encarava o salgado no prato.

— Você está bem? – estranhou. – Tudo certo?

— É, eu digo... – confusa. – Minha mãe já está no hospital.

— Oh... tem razão. – lembrou-se. – Onde você está?

— Estou aqui com ela. Eu a deixei no quarto com os meus irmãos, mas vou dormir no hospital hoje. – explicou. – Quero passar a noite com ela. Depois da cirurgia ela terá que ficar uns dias na UTI e não vou poder dormir junto, não me permitem, então quero aproveitar enquanto posso.

— Você precisa de alguma coisa? – sem jeito. – Qualquer coisa?

— Hm... – calou-se por alguns segundos.

— Dulce?

— Não. – sussurrou. – Não, está tudo bem. Mas obrigada.

— Está bem, mas se mudar de ideia... – soltou um leve riso. – Você já sabe.

— Claro. Eu agradeço. – ficou em silêncio.

— Não sei se quer falar comigo agora. – sem graça. – Não parece que você quer.

— Só estou... – a lágrima pingou no prato. – Acho que só estou assimilando tudo isso.

— Gostaria de poder ajudar. – sincero.

— Você não tem ideia do quanto me ajuda. – mordeu o lábio inferior. – Não imagina o quanto faz a diferença.

— Acredito em você, então fico feliz por isso. – escutou-a rir. – Que horas é a cirurgia amanhã?

— Começa às seis e não se sabe quanto tempo vai durar. – suspirou. – Eu espero que esteja tudo bem até a hora do almoço.

— Com certeza estará. – confiante. – Sua mãe é muito forte, ela ainda vai viver pra ver muita coisa.

—Amém. – sussurrou. – Você está bem? Desculpe, eu não perguntei.

— Não, não tem que falar de mim agora. – tranquilo. – Eu estou bem. Só saiba que pode contar comigo.

— Acho que nunca agradecerei o suficiente. – pigarreou. – O hospital é bem chique aqui, valeu a pena cada centavo, sabe?

— Ah, é? Onde estão?

— Aquele todo pomposo de Copacabana. – escutou-o rir. – O quarto da minha mãe é ótimo, ela está bem confortável.

— Isso é o que importa. Está calma? Ansiosa?

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora