Parte 136

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— Não. – Victor sussurrou. – Você não faria.

— Eu faria. – confessou, a lágrima deslizando devagar pelo rosto. – Eu fiz. Pela nossa família, pelos nossos filhos, porque precisava de você inteiro.

— Matou o meu filho. – Blanca a olhou, sem acreditar. – Foi... você.

— Alfonso crescendo, Christopher pequeno, e ele se ausentando não apenas pela empresa, mas pra viver uma outra família. – Alexandra justificou-se. – O objetivo não era essa criança. Era você.

— Você... – Blanca parou por um segundo, buscando o adjetivo que queria.

— Eu nunca soube da gravidez. – Victor encarava a esposa. – Como você soube? – ele perguntou, mas logo olhou para Fernando. – Eu imagino como.

— Hm, resposta equivocada. – o empresário deu de ombros. – Eu não disse nada.

— Telma me disse. – Alexandra confessou, e com exceção de Fernando, a informação parecia surpreendente.

— Não vou negar que desabafei com o meu irmão sobre isso, mas... parou por aí. O que, devo dizer, virou um tormento também. – Fernando os olhos. – Porque a chantagem dele rendeu uma boa participação no hotel, e que me custaram anos, e só pude resolver agora.

—Assassina. – Blanca finalmente encontrara a palavra que buscava. – Você é uma assassina, que matou um ser inocente.

— Sei o que fiz pela minha família. – respirou fundo. – Eu sei o que...

— Não justifique uma atrocidade dessas usando a minha vida. – Christopher a olhou com os olhos marejados. – Aliás, não diga mais nada. Eu... eu nem consigo te ouvir mais.

— Somos dois. – Daniel complementou. – Honestamente, não consigo ouvir mais ninguém aqui.

— Pode levar certo tempo até absorver. – Alejandro deu a mão para o irmão.

— Você sabe dessa parte? – Daniel franziu o cenho. – Ale, você sabia disso?

— Você e Rafa deveriam saber, mas preferiram não ouvir e buscar entender o que ele tanto queria com a gente. – forçou o sorriso.

— Ele quem? – confuso.

— Ora.... – mirou o advogado.

— Não. – Anahí piscou seguidas vezes e mirou encarou o marido. – Sabia da sua mãe desse nível?

— Me chantageia há anos. – Alexandra confessou. – Porque quer o meu direito das ações na empresa.

— Como... que? – Victor negou com a cabeça. – Não, isso não...

— O que está dizendo? – Christopher não conseguiu falar. – O que... Poncho! Poncho!

— O que? Eu sou o problema? Alejandro sabia e nunca disse nada! – levantou-se.

— Eu sei que traí a minha mãe por não contar a verdade. – confessou. – Mas eu não a extorqui.

— Não, até porque pretende fazer isso com o seu pai. – deu de ombros. – Ou não é essa a nossa luta?

— Eu sei que é. – Fernando disse, e os dois arregalaram os olhos. – Mas adianto uma grande informação: eu não pretendo morrer tão cedo.

— Poncho... – o irmão sentou-se para falar. – Você não é assim. Alejandro não presta, mas você... você não é assim. Você é meu irmão!

— Eu não... me perdoe, brother. – encarou-o. – A coisa saiu do controle.

— Saiu do controle? Isso é o que tem pra me dizer? – secou o rosto. – Sério? É isso?

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora