— Não. – Victor sussurrou. – Você não faria.
— Eu faria. – confessou, a lágrima deslizando devagar pelo rosto. – Eu fiz. Pela nossa família, pelos nossos filhos, porque precisava de você inteiro.
— Matou o meu filho. – Blanca a olhou, sem acreditar. – Foi... você.
— Alfonso crescendo, Christopher pequeno, e ele se ausentando não apenas pela empresa, mas pra viver uma outra família. – Alexandra justificou-se. – O objetivo não era essa criança. Era você.
— Você... – Blanca parou por um segundo, buscando o adjetivo que queria.
— Eu nunca soube da gravidez. – Victor encarava a esposa. – Como você soube? – ele perguntou, mas logo olhou para Fernando. – Eu imagino como.
— Hm, resposta equivocada. – o empresário deu de ombros. – Eu não disse nada.
— Telma me disse. – Alexandra confessou, e com exceção de Fernando, a informação parecia surpreendente.
— Não vou negar que desabafei com o meu irmão sobre isso, mas... parou por aí. O que, devo dizer, virou um tormento também. – Fernando os olhos. – Porque a chantagem dele rendeu uma boa participação no hotel, e que me custaram anos, e só pude resolver agora.
—Assassina. – Blanca finalmente encontrara a palavra que buscava. – Você é uma assassina, que matou um ser inocente.
— Sei o que fiz pela minha família. – respirou fundo. – Eu sei o que...
— Não justifique uma atrocidade dessas usando a minha vida. – Christopher a olhou com os olhos marejados. – Aliás, não diga mais nada. Eu... eu nem consigo te ouvir mais.
— Somos dois. – Daniel complementou. – Honestamente, não consigo ouvir mais ninguém aqui.
— Pode levar certo tempo até absorver. – Alejandro deu a mão para o irmão.
— Você sabe dessa parte? – Daniel franziu o cenho. – Ale, você sabia disso?
— Você e Rafa deveriam saber, mas preferiram não ouvir e buscar entender o que ele tanto queria com a gente. – forçou o sorriso.
— Ele quem? – confuso.
— Ora.... – mirou o advogado.
— Não. – Anahí piscou seguidas vezes e mirou encarou o marido. – Sabia da sua mãe desse nível?
— Me chantageia há anos. – Alexandra confessou. – Porque quer o meu direito das ações na empresa.
— Como... que? – Victor negou com a cabeça. – Não, isso não...
— O que está dizendo? – Christopher não conseguiu falar. – O que... Poncho! Poncho!
— O que? Eu sou o problema? Alejandro sabia e nunca disse nada! – levantou-se.
— Eu sei que traí a minha mãe por não contar a verdade. – confessou. – Mas eu não a extorqui.
— Não, até porque pretende fazer isso com o seu pai. – deu de ombros. – Ou não é essa a nossa luta?
— Eu sei que é. – Fernando disse, e os dois arregalaram os olhos. – Mas adianto uma grande informação: eu não pretendo morrer tão cedo.
— Poncho... – o irmão sentou-se para falar. – Você não é assim. Alejandro não presta, mas você... você não é assim. Você é meu irmão!
— Eu não... me perdoe, brother. – encarou-o. – A coisa saiu do controle.
— Saiu do controle? Isso é o que tem pra me dizer? – secou o rosto. – Sério? É isso?
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...