Parte 41

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06 de Agosto de 2014 – Catete – Rio de Janeiro, Brasil

Na quarta-feira, Dulce permitiu-se acordar mais tarde que o normal, tomou o café da manhã sozinha, depois saiu para a caminhada com a mãe.

Passou o resto do dia com Marcela, além de conversarem sobre o trabalho que tinham no dia seguinte, também aproveitaram para terminar a formatação do TCC.

Sendo assim, a ruiva voltou para casa apenas por volta de oito horas da noite.

— Mas eita! A farra foi boa hoje. – Blanca brincou, assim que a menina entrou na sala.

— Farra? Eu só estudei, minha senhora. – riu e fechou a porta. – Como passou a tarde, mãezoca?

— Muito bem! Agora faltam só cinco dias. – animada.

— Só mais cinco dias. – deixou a mochila em cima da mesa e pulou no sofá, enchendo a mãe de beijos pelo rosto. – Não vejo a hora!

— Como foi com a Marcela, meu amor? Tudo certo pra amanhã?

— Tudo certinho. – deslizou uma das mãos pela nuca dela. – Também terminamos a pasta de produção do TCC, corrigimos tudo o que tínhamos pra corrigir, enfim, as coisas estão perfeitamente alinhadas.

— É assim que eu gosto de ver. – orgulhosa. – Hoje estava arrumando o seu quarto e vi sua sapatilha jogada no canto. Não foi ao ballet hoje, né?

— Ah... – desviou o olhar. – Resolvi dar um tempo.

— Dulce. – encarou-a.

— Não fui aprovada para a competição, não tem porque ficar comparecendo a uma aula que... Sabe, adoro dançar, mas isso não vai me levar a lugar algum, eu não pretendo viver disso. – deu de ombros. – Prefiro gastar minhas energias com o TCC, porque isso sim vai me levar onde eu quero. Esse é o meu futuro.

—Eu sei, meu bem, mas o ballet é sua paixão há tanto tempo.

— Não poderia ser pra sempre. – suspirou. – Enfim, eu avisei a professora. Se depois eu quiser volta, aí quem sabe...

— Eu não concordo, mas apoio você no que for. – ganhou um beijo da filha, ao falar.

— Eu estou feliz. – levantou-se do sofá. – Eu estou realmente feliz, mãe. Você está bem, está pra realizar a cirurgia, as coisas estão se encaminhando... Eu estou feliz e esperançosa, de verdade.

— E isso tem a ver com as ligações que te prendem a noite toda no telefone?

— Que ligações? – disfarçou. – Não tem a ver com o nada, ué. Aliás, tem a ver com a senhora, com o TCC, com as coisas boas, só isso.

— TCC e uma mãe velha como eu, não te fazem gargalhar sozinha num quarto à noite, nem ficar acordada até quase meia noite. – sorriu de lado. – Tem um novo amor por aí?

— Tem a sua cabecinha imaginando coisas loucas. – pegou a mochila. – Pare de inventar, mãe. Eu vou tomar banho, ok?

— Claro, eu que estou inventando. – riu dela, que foi para o quarto. – Já jantou?

— Sim! Comi com a Marcela. – gritou em resposta e entrou no quarto.

Jogou a mochila em cima da cama, tirou o tênis, e então escutou o celular tocar. Sorriu no mesmo instante, já sabia quem era.

— Boa noite, Uckermann. – atendeu bem humorada.

— Não ia te ligar, porque hoje é seu dia de fazer isso, mas acabei de ver um comercial de viagens, e a garota da propaganda estava tão feliz no mar, que eu tive que me lembrar de você em Angra.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora