Parte 145

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13 de Dezembro de 2014 – Teresópolis– Rio de Janeiro, Brasil

Alejandro jamais dirigira tão rápido quanto naquela tarde, o velocímetro atingia as mais altas velocidades e ele não se importava com qualquer radar pelo qual passasse.

Christopher mantinha a localização de Viviane em tempo real no celular, vendo como ela se movimentava até eles.

Rafael permanecia em silêncio no banco detrás, falava baixo, como se fosse uma oração, mas não conversavam sobre nada.

O carro de Samuel ia à frente, cada vez mais rápido.

Chegaram ao bar de estrada, e ao longe o trio já podia avistar os carros da polícia parados ali.

— É ela? – Christopher forçava a vista enquanto se aproximavam do local.

— É ela! – Alejandro sentiu o coração acelerar. – É ela! É ELA!

Estacionou o carro de qualquer maneira em frente ao local, tirou o cinto de segurança com pressa e correu até a loira, vendo-a sentada no porta-malas do carro do policial, com o cobertor sobre o corpo, e os olhos vermelhos de tanto chorar.

— Vivi! – Alejandro gritou, correndo até ela. – Viviane!

— Ale! – levantou-se de imediato e sorriu entre lágrimas ao vê-lo. – Ale! – deixou o cobertor cair e foi até ele.

— Estou aqui! Estou aqui! – e com mais dois passos já a havia alcançado e a abraçado por completo. – Estou aqui, meu amor. Estou contigo. Te peguei.

— Ale... – fechou os olhos e apertou as mãos na camisa dele. – Ale...

— Estou aqui. – beijou-lhe o alto da cabeça, chorando em silêncio. – Estou com você, meu amor. Estou aqui, estou aqui...

Christopher desceu aflito do carro, foi até os policiais, vendo-os conversar com Samuel e o casal, com cerca de seus cinquenta anos, que estava ali. Rafael seguiu o cunhado enquanto ligava para o irmão; precisava tranquilizar Daniel e os pais.

— O que sabemos? – Christopher foi até os policiais.

— Viviane veio sozinha. – o policial comentou. – Bateu na porta deles.

— A mocinha estava desesperada. – a senhora o olhou. – Disse que havia sido sequestrada, pedia por ajuda.

— Nós oferecemos roupa e banho, mas ela não quis. – o marido complementou. – E até pensamos que tivesse fugido de algum hospital, porque veio com essa roupa, mas ela disse que não e que só precisava de uma ligação para comprovar.

— Não tinha mais ninguém com ela? – Christopher mirou o casal. – Tentem se lembrar, por favor! Não viram mais ninguém? Uma mulher da mesma idade, tem o cabelo escuro, ela...

— A mocinha veio sozinha. – a senhora repetiu. – Estava bastante desesperada e machucada, mas veio sozinha.

— Precisamos enviar o link. – Rafael os encarou. – Esse é o momento.

— Christopher! – Alejandro aproximou-se com a loira, ainda abraçado a ela.

— Viviane. – o arquiteto a olhou. – Fico feliz que esteja bem.

— Christopher. – ela secou os olhos. – Dulce precisa de você. Ela precisa muito, ela... ela desistiu.

— Desistiu? – franziu o cenho. – Como assim? Desistiu do que?

— Antonio nos contou coisas absurdas sobre a família dela, encheu-a de uma culpa que é horrível, ela acha que você está com a Manuele, ela não... não confia em ninguém. Ela quer ficar. – suspirou ao contar.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora