Parte 12

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12 de Abril de 2014 – Copacabana – Rio de Janeiro, Brasil

— E aí, como será? – Meg perguntou, arrumando o cabelo de lado.

—O mesmo de sempre, não? – Rubi respondeu, com a cabeça encostada no vidro da van, observava a praia que se afastava.

— É o seguinte, prestem atenção. – o homem virou-se para trás, segurando a atenção das seis meninas. – É uma despedida de solteiro como todas as outras. Vocês estão como stripers ficha rosa, ou seja, é permitido em público: beijo entre vocês, e danças sensuais entre vocês e com os rapazes. – elas assentiram. – Beijar os convidados ou qualquer tipo de contato íntimo com eles deve ser acertado comigo previamente, escutaram bem? Eu estarei na recepção, eles me procuram, me pagam, eu entrego pra eles a ficha e eles entregam essa ficha pra vocês. – pegou uma para mostrar. – Atrás de cada ficha tem o tempo que ele comprou com vocês. Não se excedam! Vocês vão receber apenas pelo tempo pago previamente, entenderam?

— Quando recebemos a nossa parte? – Cherry retocou o batom.

— Assim que sairmos daqui. – avisou. – Começaremos às 22h e vamos até às 4 horas da manhã. Eu quero vocês todas na van nesse horário, estão me ouvindo? Em ponto!

— Uhum. – sussurram em uníssono.

— Vamos repassar a ordem. – pegou a prancheta. – A Tatá vai anunciar Rubi, Nicolette, Roux, Meg, Marie e Cherry.

— Sim, senhor. – Dulce assentiu, colocando o salto alto.

— Alguma dúvida? – elas negaram. – Bom. Façam um bom trabalho, e serão bem recompensadas. E sigilo. Sempre.

— Está ansiosa? – Cherry encarou a ruiva.

— Ansiosa? Não. Eu só quero que valha a pena. – suspirou. – Hoje seria dia de jantar com aquele velho que paga bem.

— Paco é arquiteto. – a loira riu. – Aí devem ter homens muito mais gostosos, que vão pagar melhor e ainda vão te dar um orgasmo de brinde.

— É, porque orgasmo paga as contas de casa, né? – ironizou.

— Se você pensar bem, até que paga. – riu, e a ruiva acabou rindo também. – Desencana, aproveita a noite.

— É, eu vou aproveitar. – forçou o sorriso.

Não era de se estressar com as amigas, principalmente porque sabia que nenhuma delas ali trabalhava por gosto a tal profissão, mas tinha os pensamentos atormentados desde o dia anterior, quando vira Christopher depois de tanto tempo. Mesmo após os dias separados, vê-lo de longe havia reacendido a chama que ela tentava inutilmente apagar. E odiava-se ainda mais por sabe que agora ele estava com Mayra.

Chegaram à bonita casa e entraram pela porta dos fundos, terminaram de se arrumar, e logo escutaram as vozes curiosas e a música no imenso salão, provavelmente o noivo e os amigos já haviam chegado.

Esperaram cerca de meia hora, e então foram autorizadas a se arrumarem atrás do palco montado. Usavam a mesma roupa: cinta linga, uma saia curta e um sutiã apertado. As cores, entretanto, não repetiam.

—Boa noite, Rapazes! – Tatá ficou ao lado palco, usando um vestido tomara que caia, exageradamente justo. – Essa noite apenas começa. – escutou os gritos animados dos homens, e então sorriu. – Como última noite de boa vida de Paco, nós trouxemos seis doces e incríveis presentes. – a música começou, trazendo apenas a batida sensual. – Com vocês, a nossa loira com os olhos mais verdes do Rio de Janeiro... Rubi. – os homens assobiaram e gritaram quando a loira se aproximou, rebolando e fazendo graça, parando na frente do palco. – Ela é perfeita, não é? Mas tem mais! Recebam agora Nicollete e Roux. Nossas mulatas quentes e maravilhosas. – piscou, e então as meninas entraram no palco, com a dança semelhante a de Rubi, arrancando aplauso e palavras obscenas dos homens. – Alguns dizem que ela é um mistério, alguns dizem que é fácil de decifrar, mas o fato é que todos caem aos pés da nossa pequena Meg. – então a morena entrou no palco, com um salto um pouco maior que as demais e abaixou-se perto do padrinho, recebendo um pouco de dinheiro entre os seios.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora