Parte 128

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06 de Dezembro de 2014 – Hotel Hilton – Morumbi – São Paulo, Brasil

O sábado amanhecera com o tempo nublado e chuvoso na capital Paulista, e fez com que Christopher relembra-se, mais uma vez, porquê tinha tão pouca identificação com a cidade; ele não nascera para aquele clima frio e sem graça.

Arrumou a mala logo que acordou, participou das últimas reuniões, enviou ao pai a cópia dos contratos assinados e programou-se para almoçar mais cedo.

Conversou com Dulce e Daniel enquanto comia no restaurante do hotel, depois subiu para o quarto, escovou os dentes e reuniu os presentes que comprara para a noiva.

Desceu até a recepção, fez o check-out e chamou o táxi para levá-lo ao aeroporto; a cidade estava caótica devido à chuva, e o número de motoristas era reduzido. Enquanto esperava pelo carro, viu Manuele correr desajeitada até a recepção, provavelmente ia bem atrasada pelo horário.

Girou os olhos e concentrou-se na rua, riu sozinho ao notar que estava ansioso para reencontrar a noiva. Passara apenas três dias fora, e mais parecia que não a via há meses.

Manuele logo aproximou-se dele, parou ao seu lado, olhando impacientemente para o relógio e batendo o pé direito no chão.

O taxista chegou alguns minutos depois, e a morena deu um passo rápido à frente.

— Hey! – Christopher elevou a voz. – Esse táxi é meu! Eu chamei antes!

— Estou muito atrasada! – ela o olhou. – Meu voo sai às quatro!
— O meu também. – arqueou as sobrancelhas. – Mas eu pedi o táxi!

— Uckermann, seja uma cavalheiro. – foi até o taxista.

— Estou dizendo que o táxi é meu! – sério. – Hoje não tem cavalheirismo. Preciso ir embora!

— Christopher! – bateu os pés no chão.

— Nem pensar. – foi até o homem. – É aniversário da Dulce. Não perco esse voo por nada.

— Por favor... – respirou fundo. – Para qual aeroporto você vai?

— Guarulhos. – franziu o cenho. – Por quê?

— Eu também. – suspirou. – Posso dividir o táxi contigo?

— Que?

— Por favor. – contraiu os lábios. – Pago a corrida toda, se quiser.

— Senhor? – o taxista o olhou, sem saber o que fazer.

— Ela vai comigo. – Christopher cedeu.

— Obrigada! – ela então sorriu. – Muito obrigada!

— Nenhuma palavra sobre isso, Manuele. Nunca. – deu a volta e entrou no carro.

— Jamais. – ela assentiu e entregou a mala ao taxista. – Obrigada, senhor.

Christopher sentou-se no banco da frente e não falou com a morena em nenhum momento durante toda a viagem. Fora bastante simpático com o motorista, mas não se dera ao trabalho de olhar para trás em nenhum momento.

Quando chegaram ao aeroporto, Manuele tirou o cinto e inclinou o corpo até o do arquiteto.

— Christopher, eu...

— Não se preocupe. – olhou-a de soslaio e pagou o homem.

— Sério? – ela perguntou com visível surpresa.

— Eu viria de qualquer jeito. – abriu a porta.

— Obrigada por isso. Mesmo. – ele assentiu, sem responder.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora