23 de Outubro de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil
Christopher chegara do trabalho por volta de seis e meia da tarde, tomou banho e depois tirou a carne da geladeira.
Foi até a sala, passou os olhos pela pequena adega climatizada e escolheu um vinho tinto. Abriu a garrafa, colocou um pouco no copo para si, e então decidiu fazer a carne para o jantar. Foi interrompido pelo barulho da campainha.
— Ah, Dul, porque não leva a chave? – riu e foi até a sala, abrindo a porta em seguida. – Oi!
— Oi, querido. – Blanca sorriu. – Posso entrar?
— Claro. – deu espaço pra ela. – Dulce não chegou ainda. Me disse que não precisava buscá-la, porque ela já estava vindo, mas não chegou ainda. – revirou os olhos. – Já posso deduzir que ela mentiu?
— Apenas quis se fazer de independente. – sorriu pra ele. – Eu passei pra ver como vocês estavam... e se já está um pouco menos bravo comigo.
— Eu não ligo, na verdade. – sincero. – Estava fazendo o jantar, você me acompanha?
— Claro que sim. – foi com ele até a cozinha.
— Eu não ligo muito para o que vocês fizeram no passado. – comentou. – Fico chateado pela minha mãe, porque ela não merecia a cachorrada. – direto. – Mas não tenho o senso justiceiro da Dul. – voltou a temperar a carne. – Não quero continuar remoendo isso.
— Eu sinto muito, Christopher. – sentou-se na cadeira. – Mas como já disse para o seu pai, fico aliviada que Dulce tenha encontrado você. Por mais irônico que tudo isso seja, me tranquiliza saber que vocês escolheram um ao outro, sei que cuidará muito bem dela.
— Pode ficar tranquila quanto a isso. – pegou o macarrão no armário.
— E como ela está com isso tudo? Com o Fernando pegando no pé e... – deu de ombros.
— Ele não está muito bem. – comentou. – A doença está deixando-o bem desgastado, eu não sei quanto tempo mais ele aguenta.
— Fernando é duro na queda. – contou. – Ele aguenta mais do que aparenta.
— Talvez, eu não sei. Ele nem consegue enxergar direito. – colocou a água para ferver.
— Deus o ajude. – sussurrou. – Não desejo uma vida de hospital à ninguém.
— E você, como está? – bebericou o vinho.
— Muito bem, me sinto renovada desde que tudo voltou ao normal. Só me preocupo com a Dulce mesmo, ela é tão cabeça-dura.
— Não se preocupe, eu tenho feito o que posso pra parar aquela baixinha. – riram juntos.
— Acha que ela me perdoará? – disparou, encarando o genro.
— Acho que ela não tem que perdoar, apenas esquecer. – abriu o pacote de macarrão, despejando parte na panela. – Vocês não fizeram nada contra nós. Esse é apenas um problema entre vocês, e que se não fosse por nós dois, nem teria que ser resgatado agora.
— Você está certo. – sorriu de lado. – Essa maturidade foi o que nos faltou.
— Pra isso a minha mãe é bem melhor que o meu pai. – deu de ombros. – A genética me ajudou.
— Sou muito orgulhosa do homem que você é, querido. E do excelente marido que será também.
— Obrigado. – sorriu sincero para ela, por mais que estivesse bravo, era difícil não gostar da sogra.
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...