Parte 89

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— Quem fez isso com você? – a loira arregalou os olhos. – Daniel sabe?

— Eu bebi muito vinho. – negou com a cabeça. – Eu não estou... perdão, perdão se fiz parecer que eu... não. Não, eu não passei por... por... por isso, eu não...

— Assédio? – cruzou os braços. – Estupro? Ou os dois?

— Nada. – ajeitou a roupa no corpo. – Nada. Desculpe, eu não quis.... me desculpe.

— Eu acho que quis. – disse firme. – E acho que viveu, mas não está pronta pra dar nome a isso. E tudo bem, não vou te forçar. – tocou-lhe o ombro. – Tem a minha amizade e o meu apoio quando quiser.

— Dulce. – levou os olhos até os dela.

— Ninguém vai saber dessa conversa. Nem o Daniel, nem o Christopher. – sorriu com leveza. – Seu segredo está bem guardado comigo.

— Hey, o que fazem escondidas aqui? – Daniel sorriu ao vê-las. – Logo vi que estavam demorando demais pra voltar.

— Parei pra ver algumas fotos. – a morena tomou a iniciativa de falar. – E a Luísa estava me contando as aventuras de vocês.

— Tivemos algumas. – abraçou a esposa por trás. – Não é, amor? Ela te disse sobre Bariloche?

— A primeira viagem de vocês. – assentiu. – Ela contou.

— Foi a primeira vez que ela disse que me amava. – beijou o rosto da esposa.

— Com você cagado. – riu ao contar.

— Tive uma intoxicação alimentar, só vomitei e fiquei no trono por dois dias. – a irmã não aguentou e riu. – E foi depois de dois dias sem sair do hotel, morando dentro do banheiro e me alimentando de soro, que ela disse.

— Eu te amo. – virou o rosto para olhá-lo. – E sigo amando. Mesmo na sua teimosia.

— Sou teimoso, porque sei que você me aguenta. – deu um selinho nela. – E devo dizer que sua cunhada é muito mais teimosa do que eu.

— Que cunhada? Eu? – Dulce fingiu não entender. – Porque não pode ser, eu sou um anjo.

— Pobre Uckermann que o diga! – brincou. – Padeceu na sua mão.

— Pergunta se ele não gosta, Daniel. – disse debochada. – Vai lá perguntar, vai.

— Ele não tem culpa das escolhas do coração. – a irmã gargalhou.

— Dulce, nem tente, eles sempre se defendem. – Luísa riu. – É assim a vida inteira! O Christopher com ele, o Poncho com o Ale e o Rafa.

— A vida inteira? – estendeu a mão para a cunhada. – Vem comigo, Lu, nós temos muito o que conversar.

— Capaz! – puxou a esposa de volta. – Ela vai comigo, Maria.

— Aham. – ironizou. – Te pego na esquina, Daniel. Eu te pego na esquina.

— Daniel adora o Christopher. – deu a mão para o marido enquanto saíam dali. – Sempre se deram bem.

— Sempre nos demos bem, eu não nego, mas ela já está achando que temos uma grande amizade como o Ale tem com o Poncho. – mirou a irmã. – Não é isso o que está pensando?

— E não é? – riu. – Com você ele pode ter.

— Você é muito minha puxa-saco. – passou o braço livre pela cintura da irmã. – É por isso que sempre foi a minha preferida.

— Que mentira! – olhou-o. – Sou a sua preferida, porque era com quem você podia brincar.

— Não era só isso!

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora