Parte 108

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Tirou o salto alto e foi até a sacada, fechando a porta de vidro para que o homem não a escutasse.

Apoiou as mãos no parapeito e fechou os olhos, lembrando-se dos jantares que já havia feito com o noivo ali.

Logo lembrou-se de Cherry, ver a loira não havia feito nada bem para ela; talvez nunca fosse capaz de se livrar de seu passado, talvez o fantasma de tudo o que já vivera sempre voltaria para assombrá-la. Cherry a alertara sobre o arquiteto inúmeras vezes, dizia que cedo ou tarde ele se enjoaria da complicação que Dulce representava em sua vida; talvez ela estivesse certa.

Escutou o barulho da porta atrás de si e logo os passos do homem, até que se aproximasse suficientemente dela. Abraçou-a por trás e lhe estendeu o prosecco.

Dulce franziu o cenho, pegou a taça e virou-se de frente para ele, encostando-se no parapeito.

— O que é isso? – reparou que ele também segurava uma taça.

— Prosecco. – bateu de leve as duas taças. – Não fiz o pão, porque achei que já tínhamos comido muito no bar.

— Não entendi. – ele tomou um pouco da bebida. – Para que isso?

— Quis ser bem didático. – desceu a mão livre até a cintura dela. – Para que você entenda de uma vez por todas e não tenha mais dúvidas.

— Sobre... sobre o que? – ela o olhou confusa e ele lhe incentivou a beber.

— Sobre a nossa relação. – então a viu virar toda a bebida.

— O que é que tem? – respirou fundo.

— Calma. – espantou-se.

— Quero estar bêbada. – encarou-o. – Para amenizar a dor, se você for terminar comigo agora.

— No início da nossa relação... – tirou a taça da mão dela. – Eu era absolutamente louco por você. – colocou as duas taças na mesa.

— E agora? – franziu o cenho. – No fim das contas o que?

— No fim parece que estou no início. – mal terminou de falar e ela o abraçou. – Sou doido por você, garota. Como pode pensar que vou me enjoar de ter você comigo?

— Finjo aceitar numa boa, mas não quero que seja feliz sem mim. – sussurrou. – E não quero que me deixe.

— Não posso ser feliz sem você. – tirou-a do chão. – Esqueceu que eu não consigo mais?

— Te amo, Christopher. – passou as pernas pela cintura dele.

— Te amo muito mais, Dulce Maria. – encostou-a na parede. – Se hoje não aceitei seu desafio, foi simplesmente por cuidado, porque queria te proteger, nos proteger.

— Ainda sente atração por mim? – encarou-o.

— Ainda? Tá de brincadeira, né? Nunca vou parar de sentir! – mordeu o queixo dela. – Te olho e fico a ponto de...

— De...? – ele pressionou o corpo contra o dela que gemeu baixo. – Fala.

— Não. – prendeu as mãos dela para cima. – Vou te mostrar.

E depois de tanta espera, depois de tantas promessas e sorrisos trocados, finalmente juntaram os lábios no beijo que tanto desejavam.

O corpo dela esquentou quase que de maneira instantânea, todo o desejo que vinha lhe consumindo por dentro agora era descarregado naquele gesto com o noivo; era insanamente apaixonada por ele.

Soltou as mãos e as desceu pelo corpo dele, abrindo com pressa os botões da camisa que ele usava até que pudesse livrá-lo de tal peça.

As unhas marcaram os braços dele, num gesto involuntário enquanto ele lhe beijava o pescoço e puxava a camisa dela com tanto ímpeto que alguns botões voaram para longe dali.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora