Parte 87

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21 de Novembro de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil

Aquela sexta-feira chegou muito mais agitada do que de costume para Dulce e Christopher. A morena tivera sonhos tão quentes durante a noite, que acordara o noivo entre beijos e carinhos, e inevitavelmente iniciaram o dia fazendo amor.

Tomaram banho juntos e ele preparou o café da manhã para ambos. Logo iniciaram a tradicional discussão sobre ela desejar trabalhar de ônibus e ele se oferecer para levá-la de carro. O impasse terminou com a ligação de Rafael, que iria para o mesmo bairro da morena e queria oferecer a carona a ela.

Christopher foi o último a deixar o apartamento. Terminou de se arrumar sozinho, colocou a camisa azul sem gravata, passou o perfume, pegou a pasta e logo estava pronto.

Saiu do apartamento em seguida e enquanto esperava o elevador, ia lendo alguns e-mails no celular.

— Bom dia. – a voz ecoou ao lado do arquiteto.

Christopher girou o rosto e viu o homem negro ao seu lado, muito bem arrumado com um caro paletó e uma pasta na mão direita.

— Bom dia. – forçou o sorriso.

— Como era mesmo o seu nome? – pareceu forçar a memória. – Me disse da outra vez.

— Christopher. – esforçou-se para soar simpático. – Christopher Uckermann.

— Claro! Exatamente. – lhe estendeu a mão. – Tony Bulchoi.

— Eu me lembro. – cumprimentou-o. – Embora não te veja muito por aqui.

— Quase nunca estou no Brasil. – comentou. – Empresa francesa. Estou sempre viajando.

— Claro. – o elevador abriu a porta e o arquiteto foi o primeiro a entrar.

— Me desculpe a intromissão. – parou ao lado dele no elevador. – Mas preciso te perguntar algo.

— Perdão? – pensou ter entendido mal.

— Sobre a Telma. – apertou o botão do subsolo. – E a Marie.

— Oi? – no mesmo instante fechou a expressão.

— Encontrei a Marie ontem. – contou baixo. – E como são apenas nossos apartamentos no andar, quer dizer... ela foi te ver.

— Eu não vou...

— Ela me disse que está exclusiva com você. Como fez para tê-la assim? – direto. – Porque eu não sabia que isso era possível. Nem preciso dizer que ela é ótima, eu teria fechado um pacote especial, se eu soubesse disso. Como foi que você fez?

— Tony. – sério. – Ela não estará mais disponível. Nunca. Esqueça a Marie.

— Que isso, cara? – riu baixo. – Quanto está pagando pra conseguir algo assim? Ou o que está financiando para a Telma?

— Você deve esquecer que viu a Marie, aliás, esqueça que já esteve com ela na sua vida, porque ela não vai voltar. – a porta do elevador se abriu novamente. – Não pergunte dela pra ninguém, não a peça, não lembre dela. Esquecer é a única coisa que você pode fazer.

— Que? – confuso. – Que isso, cara? Que obsessão é essa por ela?

— Avisei uma. Não vou avisar duas vezes. – saiu do elevador.

— Que? – perdido. – Que loucura.

21 de Novembro de 2014 – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil

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