Parte 38

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03 de Agosto de 2014 - Petrópolis - Rio de Janeiro, Brasil

Dulce acordou com o sol esquentando suas costas. O corpo seguia cansado e ela não queria abrir os olhos, mas o calor e a claridade do momento, terminaram por despertá-la.

Tentou se mover na cama, mas sentiu-se presa. Ao abrir os olhos, notou os braços de Christopher ao redor de seu corpo, seu peito contra o dele, e seu rosto apoiando perfeitamente na curva de seu pescoço. Por um segundo não quis mover-se dali, havia se esquecido de como era boa a sensação de dormir agarrada ao homem.

Girou o corpo para desprender-se dele, mas mesmo tentando ser delicada, acabara acordando o arquiteto.

— Perdão. - sorriu sem graça. - Eu não queria acordar você.

— Não tem problema. - seguia abraçado a ela. - Você conseguiu dormir?

— Muito bem. - disse, e logo corou. - Digo, bem. Eu dormi bem.

— Fico feliz. - olhou-a. - Aliviado, digo.

— Christopher. - olhou para baixo.

— Ah. - soltou a cintura dela. - Me desculpe, eu... me desculpe.

— Não, na verdade... - sentou-se na cama. - Obrigada. Muito obrigada por tudo o que fez por mim.

— Em nome dos velhos tempos. - piscou com um olho só e sentou-se na cama. - Bem, são... - pegou o celular. - São 10h da manhã. O que acha de comermos e voltarmos para o Rio?

— Sim, por favor. - assentiu. - Podemos ligar para o Daniel?

— Vamos só liberar o quarto e ligamos pra ele, o que acha? Não gostei muito daqui. - riu baixo.

— Hotel de beira de estrada. - levantou-se também. - Menos mal que não apareceu ninguém pra nos assaltar durante a noite.

— Se meu carro estiver aí embaixo, já vou considerar que estamos no lucro. - riram juntos.

— Sobre a roupa, eu poderia ficar com a sua? E me troco na casa da Marcela.

— Claro, sem problema. - sorriu. - Eu paro na padaria, desço pra comprar um pão de queijo e nós comemos durante o caminho.

— Parece bom pra mim. Obrigada.

A ruiva apenas lavou o rosto e então deixaram o quarto, ela sempre mantendo-se abraçada ao arquiteto, para que o dono do hotel não tivesse pensamentos absurdos com ela.

Christopher parou na primeira padaria que encontrou, comprou um pão de queijo e um misto quente para cada um, dois sucos de laranja, e então voltou para o carro.

Não comentou, mas sorriu por dentro ao ver a vontade com que a ruiva comia o café da manhã. Ligou a música baixinha no carro, e não demorou, Dulce cochilara novamente.

Já estava quase chegando à capital, quando o celular tocou, interrompendo a música e acordando Dulce. Como mantinha o aparelho ligado ao rádio pelo bluetooth, a mulher teve a chance de acompanhar a conversa.

— Pronto. - atendeu a ligação.

— Christopher, é o Daniel. - avisou-o. - Tudo bem? Onde você está?

— Tudo certo, cara. Estou chegando ao Rio em uns cinco minutos. - olhou rapidamente no relógio.

— Minha irmã está bem? Como ela amanheceu?

— Está bem, está aqui do meu lado. - olhou de soslaio para a ruiva. - Quer falar com ela?

— Quero me encontrar com vocês. Eu cheguei ao Rio agora há pouco, vou só tomar um banho e passo no seu apartamento, pode ser assim? Vou com o Alejandro.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora