Parte 132

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06 de Dezembro de 2014 – Lapa – Rio de Janeiro, Brasil

— Não sei se essa é a melhor opção. – Viviane opinou, estacionando o carro na rua.

— Telma sempre disse que a melhor maneira de se esconder é permanecendo no meio do povo. – deu de ombros. – É no meio do povo que nós vamos ficar.

— Eu sei o que ela disse. – suspirou. – Eu só não sei se é o melhor pra nós agora.

— Para onde você quer ir? – olhou-a. – A minha casa não é uma opção, aquilo que se diz minha família não é uma opção, imagino que não queira arriscar a sua.

— Minha família não sonha com nada disso. Eu ainda nem sei como vou contar da gravidez. – arfou. – Poderíamos ter escolhido Copacabana, pelo menos, né?

— Não vamos chegar perto do Leblon, Viviane, acorda! – tirou o cinto. – Preciso pensar em alguém para nos ajudar.

— E tem alguém? – séria. – Telma conhece o Rio de Janeiro inteiro!

— Nós também! – abriu a porta do carro. – Anda, vem!

Entraram no pub: pequeno, cheio de gente, e que não se encaixava, nem mesmo de longe, no padrão dos lugares que costumavam frequentar.

Sentaram-se perto do bar, Dulce pediu uma cerveja, Viviane uma água, e o barman deixara alguns salgadinhos ali, como cortesia da casa.

— Agora que estamos aqui... – Viviane a olhou. – Vai me contar o que aconteceu contigo?

— Aconteceu que eu tenho muitas perguntas. – comeu o salgadinho. – Você pode me ajudar, se responder algumas delas.

—Eu? – franziu o cenho. – Tem perguntas pra mim?

— Várias, tipo... – aproximou os rostos. – Qual o seu relacionamento com o Poncho?

— Hãn? – estranhou.

— Meu cunhado. – insistiu. – Que tipo de relação você tem com ele? Além de sexo.

— Poncho. – exalou e mirou a amiga. – O que isso importa agora?

— Importa muito. – pegou a cerveja. – E não minta.

— Ok. Ele ia deixar a sua cunhada para ficar comigo. – deu de ombros. – Dizia isso, pelo menos.

— Que cunhada? A Anahí? – a amiga assentiu. – Com quem está casado agora?

— Isso foi antes, foi muito antes. – bebeu a água. – Na boa, Dul, por que quer saber disso agora?

— Porque todo mundo me fez de palhaça e mentiu pra mim sobre absolutamente todas as partes da história. – pegou outro salgadinho. – E hoje escutei muita coisa. A verdade foi o meu presente de aniversário. – ironizou.

— Dul... – deu a mão pra ela. – Me desculpe por pedir ajuda justo hoje.

— Está tudo bem. – forçou o sorriso. – Uma hora eu ia ter que saber, e melhor que tenha sido logo. Sua sinceridade é só o que eu preciso agora, me conte a verdade.

— A verdade... – suspirou. – A verdade é que eu conheci o Poncho durante o trabalho, para fazer o que sempre fizemos, mas foi diferente. Com ele foi bom, foi gostoso, e em pouco tempo, tudo estava mais frequente.

— E Alejandro?

— Não existia Alejandro. – confessou. – Éramos Poncho e eu, o tempo todo. Até que ele me disse que deixaria a Anahí, e eu me animei com isso, não por que o amava, mas porque ele era a minha chance de sair da agência.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora