07 de Março de 2014 – Catete – Rio de Janeiro, Brasil
Dulce entrou no próprio apartamento apenas às cinco horas da manhã, com a maquiagem borrada, devido ao intenso sexo com Lucas e ao choro que ela começara a desprender no táxi para a volta. Deixou a sandália de salto alto na sala e foi até o quarto da mãe.
— Dul? Filha? – a mulher abriu os olhos. – É você?
— Sou eu. – largou a bolsa no mancebo. – Pode ficar dormindo, não se incomode comigo.
— Você está bem? Estou achando sua voz ruinzinha. – a morena deitou-se ao seu lado e a abraçou. – Dul, o que houve, meu bem?
— Nada. – encostou a cabeça no peito dela, e então chorou.
— Ô, meu amor. – apertou-a em seus braços. – Vai passar. O ruim sempre vai embora, eu prometo.
— Te amo, mãe. – sussurrou entre lágrimas. – Você é meu mundo.
— Você é o meu também. – disse calma. – Te amo demais, querida. Não importa o que tenha acontecido, vai ficar tudo bem. – deslizava uma das mãos pelas costas dela. – Confia na sua mãe aqui que já passou por muito nessa vida. Confia e descansa. Descanse por hoje.
Dulce acabou pegando no sono em questão de minutos, e Blanca cobriu a menina, ajeitando-a para que dormissem juntas na cama. Não gostava de vê-la de tal modo, e gostaria de poder proteger a filha de qualquer sofrimento.
08 de Março de 2014 – Catete – Rio de Janeiro, Brasil
Na manhã seguinte, Dulce acordou sozinha na cama da mãe. Levantou-se, lavou o rosto e então tirou o vestido da noite anterior.
Prendeu o cabelo em um coque mal feito, lavou o rosto para tirar a maquiagem manchada e foi até a cozinha, de onde já podia sentir o cheiro de tapioca.
— Hm, será que eu ganhei companhia para o café da manhã? – Blanca brincou ao ver a filha.
— Com toda certeza do mundo. – sorriu e abraçou a senhora, enchendo-a de beijos por todo o rosto. – Minha gostosa.
— Você dormiu bem, meu amor? – preocupada com ela. – Não gostei de ver tristinha.
— Eu dormi bem. Sempre durmo bem ao seu lado. – lhe beijou o rosto. – As coisas não deram muito certo na Vogue ontem e aí me desesperei. Minha chefe fica brava com essas coisas.
— Ora, mas ela deve entender que as coisas não dão certo sempre. E ela sabe como você é inteligente e esforçada.
— Ela sabe. – suspirou. – Não acho que vá me demitir. Mas na hora... sei lá, me preocupo.
— Olha pra mim. – a filha assim o fez. – Você é uma joia, meu amor. É inteligente, esforçada, estudiosa e tem muito talento. Terá um futuro brilhante.
— Com você por perto. – abraçou-a outra vez. – Sempre com você por perto, Mãe.
— Enquanto Deus me permitir. – beijou o rosto dela.
— Te amo. – sussurrou.
— Eu amo você também. – sorriu. – Agora posso servir o café? Fiz tapioca pra você.
— Pode. Eu só vou ao banheiro e já venho. – piscou. – Você viu que o circo está na cidade?
— Não vi. – disse da cozinha.
— Vamos essa semana? – sugeriu.
— Não é caro demais?
— Nada é caro pra você, dona Blanca. – gritou. – Você pode tudo.
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...