Parte 157

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Dulce desceu novamente os olhos para o aparelho em sua mão, sentia o peito acelerado e o coração pulando rapidamente dentro de si; a possibilidade de falar com o noivo balançava todos os seus sentimentos.

Levou o dedo à tela e deslizou sobre a lista de contatos. Leu o nome do noivo ali, sentiu os olhos marejarem.

— Apenas se quiser. – Daniel sussurrou outra vez. – Você tem tempo para... – ela apertou o nome dele.

Christopher Uckermann
Chamando...

Ela levou o aparelho até o ouvido, ainda questionava a si mesma se seria capaz de falar com ele, mas queria ao menos ouvir a voz do noivo, ela queria a oportunidade de lembrar-se dele de maneira correta. Respirava ofegante, seu coração palpitava a cada novo toque que soava.

Contou um, dois, três toques.

Sua chamada está sendo encaminhada para caixa de mensagem e estará sujeita a cobrança após o sinal.

Dulce abaixo o celular e mirou o irmão.

— O que foi? – franziu o cenho ao vê-la.

— Ele não quer. – desligou o celular. – Talvez seja um sinal.

— Ou talvez simplesmente não possa atender. Talvez esteja no trânsito e... – ela lhe devolveu o celular. – E vai ligar de volta assim que puder falar.

— Deixe pra lá. – respirou fundo. – Prefiro não falar. Seria um erro, de qualquer forma.

— Dul. – tocou os joelhos dela. – Se uma coisa eu sei, é que você jamais será um erro para o Uckermann. Eu te amo, todos te amamos, mas aquele cara é capaz de dar a vida por você sem nem precisar pensar. Jamais duvide disso.

— Isso é justamente o que eu não quero. – tirou as mãos dele de si. – Que ele perca a vida por alguém como eu.

— "Alguém como você" é simplesmente o que temos de mais valioso. – ela negou e pegou a bandeja ao lado da cama. – Dul.

— Faça o que eu pedi.

— Eu vou fazer. – olhou-a. – Ale está cuidando da parte dele. Mas também estamos preocupados contigo. – ela encarou a manga no prato. – Além do plano de vingança, será que podemos conversar? Você me diz como tem se sentido, como está a sua necessidade de receber algum... medicamento e...

— Urgh. – levantou-se e foi em direção ao banheiro.

— Dul? – franziu o cenho e seguiu o mesmo caminho que ela. – Dulce! – parou na porta do banheiro e a viu vomitar.

— Eca! – segurou o próprio cabelo enquanto vomitava.

— Te ajudo. – aproximou-se por trás dela.

— Não! – acertou-lhe o tapa tão forte que o irmão arregalou os olhos ao dar os passos para trás. – Não me toque! – limpou a boca e o olhou. – Sai daqui!

— C-calma, Dul. – assustou-se ao notá-la tão irritada. – Calma, sou eu.

— SAI! – gritou. – SAI DAQUI!

— Tudo bem. – levantou as mãos e saiu do banheiro. – Calma, ok? Sou eu, não vou fazer nada.

— Sai! – seguiu-o para fora. – Sai!

— Dul, sou eu. – encarou-a, tentando encontrá-la por debaixo do olhar irritado que ela ganhara. – Daniel. Se lembra? Seu irmão.

— SAI DAQUI! – encostou-se à parede. – SAI DAQUI! – gritou mais alto. – SAI DAQUI, SAI DAQUI!

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora