Leblon após às 22h

Parte 31

11 de Maio de 2014 - Leblon - Rio de Janeiro, Brasil

Na manhã de domingo, Dulce acordou mais cedo que o normal, sabia que teria que trabalhar durante a noite, então fez questão de aproveitar o dia todo com a mãe.

Levou a senhora para andar na areia da praia, almoçou com os irmãos, e durante a tarde ainda teve tempo para a um filme com a mãe.

Chegou à agência de Telma apenas por volta de sete horas da noite, já de banho tomado, e faltando apenas se arrumar para o encontro.

— Dul! – Meg sorriu ao ver a ruiva entrar na recepção.

— Hey! – deu seu sorriso mais simpático. – Tudo bem?

— Tudo tranquilo – beijou-lhe o rosto. – Está atrasada?

— Estou no tempo. – franziu o cenho. – Precisando de alguma coisa?

— Tenho um cliente novo hoje. – disse ansiosa. – Queria ajuda com a escolha da roupa.

— Eu posso ajudar. – assentiu rapidamente.

— Ótimo! – puxou-a rapidamente pela mão. – Vem comigo.

— Meg! – assustou-se com a pressa dela. – É algum cara muito bonito? Por que esse ânimo todo?

— É um novinho. – entrou no quarto com ela. – E novinhos normalmente têm disposição.

— Oh, eles têm! – sentou-se na cama da amiga.

— Vermelha. – jogou a peça pra ela. – Rosa, preta e branca. São as novas. O que você acha?

— Hm, quantos anos ele tem mesmo?

— 19. – sentou-se ao lado dela. – Eu pensei na branca, mas não sei se...

— Rosa. – deu de ombros. – Eu apostaria nisso.

— Boa pedida. – a amiga se levantou.

— Ao seu dispor.

— Não, espera. – ficou séria. – Fica mais um pouco.

— Oi? – a amiga a encarou.

— Por favor, Marie. – a ruiva estranhou e sentou-se outra vez.

— O que foi? Está tudo bem?

— Queria que me contasse. – sussurrou. – O que houve com você.

— Como assim? – desconfiada.

— Cherry disse que você se afastou por conta da doença da sua mãe. – disse logo. – Mas há boatos e enfim... boatos sobre você ter encontrado um cliente rico.

— Meg...

— É verdade? – esperançosa. – Por favor, fala pra mim. Acha que isso é possível? Acha que algum deles pode se apaixonar por mim?

— Você quer sair?  - surpresa.

— Não conte pra ninguém. – disse baixo. – Por favor, isso tem que morrer aqui. – a ruiva assentiu. – Não suporto mais viver assim. E as meninas que estão pra chegar... Eu não acho que isso vá acontecer de forma legal.

— Não se envolva nisso.

— Não farei isso diretamente, mas se essa história feder, digo... Bastar estar no meio e você já é considerada culpada. De verdade, acha que algum cliente...

— Pode ser. – suspirou. – Pode ser, Meg, eu não sei. Às vezes você encontra um que vai te desejar como se não houvesse amanhã, vai te amar, vai te dar uma vida de princesa, como se tudo fosse um filme.