Parte 133

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— Hey, por favor. – Marcela disse alto. – Não vamos buscar culpados. Nós sempre estivemos aqui pra ela, ela sabe disso. Qual é, gente? É a Dul! – disse, com a tranquilidade de quem não imaginava tudo o que se passava. – É o aniversário dela, ela estava bem! Ela saiu, mas vai voltar!

— Ela não vai voltar. – Alejandro concluiu, encarando o celular e vendo Viviane recusar a ligação. – Não sei por que ela foi, mas aposto que não vai voltar.

— Porra, Alejandro! – Daniel reclamou. – Cara, se toca!

— Essa é a verdade! – retrucou para o irmão. – Ela não vai voltar!

— Pessoal! – Luísa levantou-se. – Ainda tenho a câmera aqui de casa, vamos assistir e tentar achar algo.

— Tinha me esquecido. – mirou a esposa. – Boa ideia, amor.

— Eu cuido disso. – ela assentiu e foi até a televisão.

— Meu filho. – Alexandra foi até o arquiteto. – Tente se acalmar, Dulce deve estar com a cabeça cheia. Provavelmente precisou de um tempo para pensar, refletir sobre algo. O dia foi cheio hoje. – viu-o chorar e então o abraçou. – Ah, Christopher, não... meu Deus.

Victor aproximou-se de Blanca, que tinha os braços cruzados e o olhar perdido, tentava imaginar os motivos da fuga da filha, mas sempre chegava à mesma conclusão.

— Ela ouviu. – sussurrou para Victor, sem olhar diretamente para ele.

— Impossível. – tentou soar calmo. – Falávamos baixo.

— Ela ouviu, tenho certeza. – angustiada. – Minha menina ouviu, dever esta confusa e perdida por aí.

— Não havia mais ninguém na sala. – firme. – Pare de se entregar. Ela não ouviu nada.

— Por que foi embora, então? – olhou-o pela primeira vez, e ao notar que ele a abraçaria, afastou-se e foi para o lado de Fernando.

Victor exalou e levou as mãos ao rosto, não queria pensar na possibilidade da mulher estar certa, amava Dulce de tantas maneiras e não se perdoaria por fazer qualquer mal à ela.

Blanca sentou-se ao lado de Fernando, respirou fundo e antes que pudesse falar, sentiu a mão dele em seu ombro.

— Vou encontrá-la. – disse, vendo a discreta lágrima escorrer pelo rosto dela. – Eu prometo que vou encontrá-la.

— Ela sabe, Fernando. – olhou-o. – Eu achei que alguém que nos ouvia, e agora tenho certeza de que era ela.

— Não acho que...

— Ela sabe. – insistiu. – Ela sabe, está confusa, entendeu tudo errado, e não tem com quem contar agora.

— Ela não sabe. E tenho certeza de que vai ligar. – sussurrou. – Pode não contar com nenhum de nós, mas vai contar com o Christopher. E se isso demorar, eu a encontro antes.

— Ela é tudo o que me importa. – os olhos enchiam-se de lágrimas, num misto entre a preocupação e a culpa. – Não posso perdê-la.

— Não vamos perdê-la. – segurou a mão dela, e a senhora sentia-se tão mal, que nem mesmo negara o contato. – Eu prometo. Ela é tudo o que me importa também.

— Amor? – Luísa voltou a se aproximar. – Você lembra qual é a senha?

— Lembro. – pegou o controle com ela.

— Ale? – mirou o marido, que mais uma vez usava o celular. – Está tentando falar com ela?

— Estou. – mentiu. – Mas... – sentiu-se frustrado quando a chamada de Viviane caíra na caixa postal. – Ela desligou.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora