Parte 48

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14 de Agosto de 2014 – Catete – Rio de Janeiro, Brasil

— Tem certeza que a senhora não quer descansar? – ajudou a mãe a levantar do sofá.

— Claro que tenho! Eu estou cansada de descansar. – sorriu. – Quero tomar um banho no meu chuveiro, colocar a minha roupa, almoçar a minha comida.

— Não vai almoçar a sua comida. – interrompeu-a. – Não vai chegar perto do fogão durante um bom tempo. Eu vou pedir o nosso almoço.

— Não, claro que não. – insistiu. – Quero cozinhar, e Christopher fica para o almoço.

— Eu fico para o almoço. – intrometeu-se. – E enquanto a senhora toma um banho e se arrumar, eu vou pegar a comida.

— Ora! Onde já se viu uma coisa dessas? – Blanca negou.

— Mãe, Christopher está certo. – encarou-a. – E valorize o que ele está fazendo, porque ele não poderia ficar aqui, não, sabia? Deveria ir para o trabalho, mas ao invés disso está aqui em casa.

— Oh... – ficou sem jeito. – Bom... Ainda é cedo para o almoço, então...

— Eu vou ajudar a senhora com o banho. – a ruiva disse, praticamente como um aviso.

— Não, eu não...

— Sim, você precisa. – cortou-a.

— E enquanto fazem isso, eu vou passar pra pegar o almoço. Vai ser exatamente o tempo.

— Não queria incomodar você dessa forma, Christopher. Você sabe que não sou uma sogra tão ruim, não é?

— Você é uma sogra maravilhosa. – beijou o rosto dela. – Vou trazer uma sobremesa pra nós, ok? Pode esperar.

— Está bem. – deu um leve sorriso. – Eu vou para o quarto, enquanto vocês... bom, deixo vocês a sós.

— Eu já vou lá te ajudar, viu? Não tente fazer tudo sozinha. – lembrou a mãe, que concordou.

— Onde ela gosta de comer? – Christopher mirou a ruiva. – Acha que vai gostar se eu passar no Parmê?

— Eu estava brincando. – sussurrou. – Você não tem que buscar nada. Eu digo pra ela que precisou trabalhar e que...

— Oi? – interrompeu-a. – Acha que vou mentir pra minha sogra?

— Christopher! – riu, achando absurdo o pensamento dele. – Sei que precisa trabalhar.

— Sei que te amo, e que estar com você faz com que sua mãe seja parte da minha família também, e isso significa apoiá-la acima de qualquer coisa. – deu um beijo na testa dela. – E eu não vou começar mentindo pra minha sogra.

— Eu sei, mas... – ele arqueou as sobrancelhas. – Está bem. Só não quero te atrapalhar mesmo... mais do que já venho atrapalhando. Você já perdeu a manhã toda comigo.

— Posso perder a vida inteira e não vou ligar. – ela o abraçou.

— Obrigada por tudo. – sussurrou. – Mesmo.

— Pare de me agradecer. – ela o beijou. – Acho que às 13h eu estou de volta, não é?

— Até antes disso. Vai ser o tempo de eu ajudá-la com o banho mesmo.

— Acha que deveríamos contratar uma enfermeira? Alguém pra te dar uma mão na hora de cuidar dela. – sugeriu.

— Não, acho que não. – franziu o cenho. – Digo, daqui a pouco ela já estará bem e se virando sozinha.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora