Parte 25

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20 de Abril de 2014 – Catete - Rio de Janeiro, Brasil

O relógio marcava quase onze horas da noite, a ruiva já havia recusado as três ligações do namorado, e caminhava sem pressa ou ânimo pelas ruas da cidade maravilhosa.

Entrou no prédio, deu um sorriso frouxo para o porteiro e encostou-se desanimada ao espelho no elevador.

Quando chegou ao andar, foi caminhando lentamente até o apartamento. Abriu a porta tentando fazer o menor barulho possível, mas assim que entrou na sala...

— Querida! – Blanca sorriu ao ver a filha. – Até que enfim! Já estávamos preocupados.

A ruiva jogou os olhos um pouco para o lado e viu o namorado sentado no sofá, com a expressão preocupada e um sorriso sem graça nos lábios.

— Por quê? – fechou a porta atrás de si. – Estou bem.

— Christopher disse que havia se separado de você já tinha horas e mesmo assim você não atendia o celular. – explicou. – Fiquei preocupada.

— Acho que fiquei sem bateria. – deu de ombros. – Só isso. Eu estou com sono.

— Tem certeza de que está bem? – encarou a filha.

— De boa. – deu de ombros outra vez. – Vou para o meu quarto, se incomodam?

— Christopher vai com você. – deu um toque no ombro do genro. – Eu vou deitar também, assim dou mais espaço pra vocês.

— Não precisa. – a ruiva disse séria. – Nós conversamos amanhã.

— Não tem problema ficarem juntos, querida. – incentivou-a. – Prometo não escutar nada.

— Oh, céus. – a ruiva revirou os olhos e saiu da sala.

— Pode ir, querido. – sorriu para o genro. – Fique à vontade, sabe que a casa é sua.

— Eu não demoro. – beijou o rosto da mulher e saiu com pressa atrás da namorada.

Passou rapidamente pelo curto corredor, deu um toque na porta do quarto dela antes de entrar, e então encarou a ruiva.

— Hey. – fechou a porta em seguida. – Tudo bem?

— Por que você veio? – séria.

— Te liguei, mas você não atendeu. Liguei pra cá e sua mãe disse que você ainda não estava em casa. Fiquei preocupado, ela me pediu pra esperar com ela. – sem jeito. – Me desculpe por isso.

— Você não tinha o direito. – encarava-o sem piscar.

— Me desculpe. Achei que depois do final de semana que tivemos, eu pudesse me preocupar com você. – ela jogou a bolsa na cama. – Me perdoe por isso.

— Merda. – levou as mãos ao rosto. – Merda, Christopher, que merda!

— O que houve? – confuso. – O que você tem? Como eu posso te ajudar?

— Some. – olhou-o com os olhos marejados. – Some da minha vida e nunca mais aparece.

— Você não quer isso. – tentou se manter firme.

— Mas preciso que faça. – ele negou. – Por favor. – ele se aproximou e a abraçou pela cintura.

— Não vou a nenhum lugar sem você. – apertou-a. – Não importa quantas vezes me diga pra sumir.

— Estou te arriscando demais. – apertou a camiseta dele. – Não quero que nada de ruim te aconteça, não vou me perdoar.

— Não vai me acontecer nada, você não tem que se preocupar. - apertou o corpo dela. - Por favor, se acalma, respira fundo, relaxa.

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora