Parte 57

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29 de Agosto de 2014 – Catete – Rio de Janeiro, Brasil

Na sexta-feira, Dulce acordou apenas por volta de nove horas da manhã. Tomou um demorado banho no apartamento do namorado, trocou de roupa e deixou um recado para ele ao lado de seu travesseiro na cama.

Em seguida pegou o ônibus de volta para o apartamento da mãe.

Passou o dia inteiro com a senhora, dividindo-se entre cuidar dela, fazer as compras no supermercado e limpar o apartamento para ela.

— Dulce, o que ainda está fazendo aí? – voltou para a sala, levando a toalha de banho em sua mão.

— Só estava terminando de passar o pano de chão. Tá tudo pronto aqui. Quer que eu pendure a toalha pra você? – estendeu a mão pra ela.

— Quero que você pare de limpar a casa toda sozinha. – disse brava. – São sete horas da noite, você não parou o dia inteiro, minha filha.

— Aproveite enquanto pode, mãe. – pegou a toalha da mão dela. – Semana que vem eu começo a trabalhar, e aí não terei mais tempo pra isso. – foi para a lavanderia.

— Ainda bem que não terá! Já disse mil vezes que você não tem que ficar limpando tudo sozinha. – brava. – Nós podemos pagar uma faxineira pelo menos a cada 15 dias.

— Eu limpo melhor que elas. – estendendo a toalha no varal. – Essa gente nunca limpa direito, sempre fazem igual o nariz delas.

— Por que é que você é sempre tão teimosa assim? – foi interrompida pelo interfone.

— Olha aí! Aposto que é o porteiro reclamando que o seu mau humor está chegando até lá embaixo. – brincou.

— Ah, mas é boba mesmo, viu! – foi atender o interfone.

A ruiva terminou de estender a toalha, guardou o rodo e então foi lavar o pano de chão.

— Dulce. – foi até a lavanderia.

— Não ia deixar o pano sujo. – justificou-se rapidamente. – Juro que essa é a última coisa, eu já vou parar. Termino aqui e vou tomar banho.

— Era o Christopher. – chamou a atenção dela.

— Oi? – parou de esfregar o pano no mesmo instante.

— Christopher está aqui.

— Lá embaixo? – fechou a torneira.

— Não, subindo até aqui. – sorriu.

— Puta merda! – pendurou o pano rapidamente. – Preciso trocar de roupa! Mas que merda, por que é que ele nunca me avisa? Parece que gosta de me ver da pior maneira possível, tá louco! – saiu correndo para o quarto.

— Só na sua cabecinha de vento que os homens se atentam a detalhes assim. – riu do jeito da filha, apagou a luz da lavanderia e seguiu para a sala.

— Eles ligam muito! – gritou em resposta.

— Aham. – a mulher ia seguir a conversa, mas foi interrompida pela campainha.

— NÃO DEIXA ELE VIR NO MEU QUARTO, MÃE! – berrou pra ela.

— Eu não vou deixar! Se acalme, sua maluca. – rindo, foi atender o genro.

— Boa noite, Blanquinha. – abriu um enorme sorriso ao vê-la. – Foi aqui que pediram duas pizzas?

— Olha, não foi aqui, não. – rindo. – Mas azar de quem pediu, porque agora eu quero as pizzas todas. – entrou na brincadeira e o abraçou. – Boa noite, meu querido. Que prazer ver você!

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora