Parte 127

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06 de Dezembro de 2014 – Casa de Daniel – Estacionamento – Barra da Tijuca – Rio de Janeiro, Brasil

— Qual a chance da sua ideia funcionar? – Dulce encarou a HR-V prata, brilhando. – Não posso fazer isso, Dan.

— Você pode. – abriu a porta do carro para ela. – E deve. Entre aí.

— Não estou nada segura. – entrou no carro. – Que cheiro bom! – fechou os olhos para sentir melhor o perfume do automóvel, Daniel sempre fora de conservar bem as coisas, e o carro estava de tal maneira que parecia realmente novo.

— Arrume o banco como preferir. – apontou a parte debaixo e fechou a porta.

— Ok. – respirou fundo. – Como se o Christopher estivesse aqui. – lembrou-se da prática com o noivo e arrumou o banco e o retrovisor.

— Muito bem. – entrou e a viu concentrada. – Você sabe bem o que fazer.

— Essa parte é fácil. – colocou o cinto. – Acho que está bom.

— Você é menor, pode... – esticou o corpo e subiu o banco dela. – Ficar maior.

— Agora eu gostei! – pela primeira vez sorriu.

— E regula o volante também. – mexeu para ela. – Me diz como você...

— Assim! – disse alto. – Assim! Está perfeito!

— Muito bem. Pode ligar. – ela assim o fez. – E veja como prefere os espelhos.

— Já paguei todos os meus micos com o Christopher e aprendi a mexer nisso. – o irmão riu. – Acho que estou bem.

— Perfeito, então podemos sair. – colocou o cinto e ligou o rádio.

— Não fique relaxado assim, Daniel! – arregalou os olhos. – Eu preciso de ajuda!

— Você já sabe muito bem o que fazer. – deu de ombros. – Confio que vai nos levar em segurança.

— Dan... – olhou-o.

— O R é de ré. – apontou. – Tem câmera traseira. Vai fundo.

— Você é maluco. – fez o que ele pedira.

— Vá devagar, Dul. – ela abaixou o freio de mão. – Não temos pressa.

Ela deu a ré lentamente, os olhos fixos na câmera e as mãos apertando com extrema força o volante.

— Já deu, Dul. – mirou a câmera. – Agora esterça. Vai esterçando.

— Vou o que? – olhou-o e ele riu.

— Vai virando o volante. – achou graça dela. – Vira tudo.

— Mais?

— Mais, até o final. – por fim ela parou na rua. – Pode sair, todo seu.

— No D, né? – ele assentiu.

— Vamos dar uma volta aqui no condomínio até você pegar confiança.

— Não pense que eu vou sair daqui. – por fim arrancou o carro.

— Vai sim. – piscou. – Vai se animar.

— Não vou, não. – dirigia concentrada. – Seu volante consegue ser mais leve que o do Christopher, nem parece que estou dirigindo.

— Não me engane, esse é mais leve que o da autoescola, isso sim. – filmou-a.

— Muito mais leve!

— Dê seta. – avisou-a. – Vire na outra rua.

— Esquerda ou direita?

Leblon após às 22hOnde histórias criam vida. Descubra agora