03 de Agosto de 2014 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro, Brasil
Dulce despertou sentindo o corpo leve, relaxado, descansado. Os olhos abriram devagar e de forma suave, já que o quarto permanecia escuro.
Espreguiçou-se demoradamente, sentou-se na cama e virou o despertador para si, vendo que o mesmo indicava quase oito horas da noite; havia exagerado e dormido muito mais do que o esperado.
Levantou-se da cama, forrando-a logo em seguida, passou a mão pelo cabelo para penteá-lo rapidamente, e só então saiu do quarto.
Foi em silêncio até a sala do apartamento, mas não encontrou o arquiteto ali. Sendo assim, seguiu até a cozinha, de onde já podia sentir o cheiro de peixe e carne.
— Christopher? – perguntou, um pouco receosa.
— Dulce. – deixou as sacolas em cima da mesa e virou-se de frente pra ela. – Que bom que acordou! Eu já estava ensaiando como te fazer levantar.
— Foi mal. – corou de leve, aproximando-se da mesa. – Eu não tinha ideia do quanto estava cansada.
— É compreensível, não tem que se desculpar. – pegou dois pratos no armário. – Eu não tinha muita coisa pra cozinhar, então passei no restaurante e comprei comida japonesa, pode ser? Tem yakissoba, vários tipos de sushi... enfim. O que acha?
— Está perfeito, nem precisava se preocupar com isso. – ele sorriu.
— Você se sente melhor?
— Bastante. Mais uma vez, obrigada por toda a força. – sincera. – Eu não mereço tudo isso de você.
— Espero que fique bem. – encarou a comida por alguns segundos, e logo voltou a mirar a ruiva. – Quer que eu te sirva?
— Ahm, não. Obrigada, mas acho que posso fazer isso sozinha. – sorriu de lado e estendeu a mão pra ele.
— Como quiser. – entregou o prato pra ela. – Daniel ligou durante a tarde.
— Ele falou alguma coisa mais? – colocou um pouco do yakissoba. – Sobre o Fernando?
— Não, ele só queria saber se você ainda estava aqui e se estava bem. – colocou alguns sushis no prato. – Disse que passou algumas horas com a sua mãe, e que ela está bem.
— Ele não disse nada pra ela, né?
— Não. Alejandro também concordou em ficar quieto. – viu a ruiva respirar aliviada. – Mas o seu pai...
— O que é que tem? – franziu o cenho.
— Ele me ligou. – achou melhor contar.
— Ele... te ligou? Hoje? Sério? – piscou seguidas vezes. – Pensei que ele estivesse... mal.
— Ele está como antes, só que agora sabe da doença. – ela sentou-se à mesa, enquanto ele pegava o refrigerante. – Voltou hoje pra casa.
— E o que ele queria com você? Já falar sobre negócios? – imaginou. – Porque é a cara dele fazer uma coisa dessas.
— Dessa vez, não. – colocou o refrigerante e os dois copos na mesa. – Ele queria falar de você. Me perguntou se eu havia te visto, depois de ontem.
— Ah, não. – levou as duas mãos ao rosto. – Sério? Me desculpe por todo esse constrangimento. Meu Deus, que saco tudo isso.
— Eu não disse nada, fique tranquila. – sentou-se ao lado dela. – Disse que éramos amigos há muito tempo, mas eu não sabia que você era filha dele. E disse que te vi, que você estava bem, mas não estava comigo.
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Leblon após às 22h
RomanceO primeiro abuso sexual aconteceu aos 12 anos, mas ninguém acreditou quando ela disse. O pai afirmou que a menina só queria chamar a atenção, os irmãos disseram que não passava de um delírio de garota, ela nem era tão bonita assim. A mãe foi silenci...